Uma leitora teme que o chá de bebê da cunhada, com quem já compartilhou sua luta contra a infertilidade, seja difícil de enfrentar.
Pergunta: Tenho lutado para engravidar há mais de dois anos. Depois de várias rodadas de fertilização in vitro sem sucesso, meus médicos sugeriram que eu considerasse outras opções. Minha cunhada também teve problemas de fertilidade, e costumávamos nos aproximar por causa dessa experiência compartilhada. Mas ela engravidou no outono passado, e o chá de bebê dela será em algumas semanas. Estou feliz por ela, mas também tem sido doloroso vê-la engravidar (e tantas das minhas amigas).
Não quero ir ao chá, mas meu parceiro acha que nosso relacionamento com seu irmão e cunhada se tornou distante por causa da gravidez deles e que minha ausência na festa criará tensão. Costumávamos ser próximos. Devo ter uma conversa sincera com minha cunhada, fingir uma doença de última hora, ou deixar meus sentimentos de lado e comparecer?
Reposta: Sinto muito pela dor da sua decepção, e certamente entendo como um chá de bebê pode causar angústia. Mas enquanto você menciona médicos de fertilidade, não diz nada sobre terapeutas. Eu priorizaria seu luto e saúde mental acima de uma festa. Independentemente do que você decidir sobre este chá de bebê, é importante lidar com seus sentimentos. Eles não desaparecerão sozinhos.
Você diz que costumava ser próxima da sua cunhada e se lamentavam juntas sobre problemas de fertilidade. Então, ela pode ser uma boa candidata com quem discutir seus sentimentos complexos: felicidade sincera por ela que está associada à tristeza pela sua própria situação. Mas entendo se você ainda não está pronta para essa conversa.
A vida é longa. E, nas circunstâncias atuais, não acredito que faltar a um único chá de bebê causará danos irreparáveis ao seu relacionamento com seus parentes por afinidade. Mas espero que você se comprometa a lidar com seus sentimentos subjacentes e a discuti-los com sua cunhada em breve —pelo seu próprio bem e pelo bem do seu relacionamento com ela.
Pergunta: Moro em uma comunidade de aposentados e gosto de uma noite de jogos semanal com uma dúzia de outros residentes. É informal: sem contagem de pontos ou prêmios. Há outra jogadora que conhecemos há anos que se mudou para a unidade de cuidados assistidos da instalação. Ela tem problemas de memória e deficiência visual. Sentimos compaixão por ela, mas tem se tornado difícil —até desagradável— jogar com ela. Ela demora uma eternidade para tomar decisões, e às vezes nem sabe qual carta ou peça está segurando. Existe uma maneira gentil de excluí-la?
Resposta: A mãe da minha melhor amiga foi expulsa do seu grupo de bridge de longa data devido a problemas cognitivos. Isso a destruiu! Agora, isso não significa que você seja obrigado a acomodar sua amiga com problemas de memória e visão, mas argumenta a favor de explorar alternativas a excluí-la. É possível, por exemplo, que um auxiliar da unidade de cuidados assistidos, ou um dos jogadores regulares ajude esta mulher a participar de forma mais tranquila? Vocês poderiam se revezar. É uma decisão coletiva, claro, mas eu os incentivaria a considerar como gostariam de ser tratados em circunstâncias semelhantes.
Pergunta: Quando estive com meu ex-namorado por cerca de um ano, desenvolvi uma relação com seu filho universitário. Depois de um término amigável, mandei mensagens para o filho dele algumas vezes, e ele respondeu. No entanto, ele não respondeu às minhas duas últimas mensagens. Agora, o aniversário dele está se aproximando, e estou inclinada a enviar uma simples mensagem de “feliz aniversário” —embora espere que seja recebida com silêncio. Também suspeito que meu ex pode não estar feliz com meu contato contínuo com seu filho. O que devo fazer?
Resposta: Entendo que suas intenções são boas, mas eu pararia de mandar mensagens para este jovem. Um ano é um período relativamente curto, mesmo na vida de uma pessoa jovem, e ele não respondeu às suas duas últimas mensagens. Ainda assim, ele sabe como entrar em contato com você se quiser, mas é possível que ele se sinta constrangido ou desleal em manter uma amizade com uma pessoa que terminou com seu pai.
Coisas a considerar antes de estender o tapete de boas-vindas
Pergunta: Meu marido e eu estamos comprando uma segunda casa em Palm Springs. Nunca tivemos uma antes. Pretendemos hospedar familiares e amigos durante os meses de inverno, mas nos parece que provavelmente deveríamos estabelecer regras básicas para garantir que ninguém abuse da hospitalidade, se aproveite ou afaste outros convidados. Sugestões?
Resposta: Manter uma segunda casa, na minha experiência, dá muito trabalho —e envolve mais tarefas do que eu jamais imaginei. Antes de convidar alguém para ficar, você e seu marido deveriam passar algum tempo lá sozinhos, descobrindo o que é necessário para manter o lugar funcionando. Vocês podem ter menos energia para hospedar do que pensam atualmente. Quando souberem, convidem as pessoas para ficar por períodos específicos e mantenham essas datas. Se não gostarem do comportamento dos convidados, não os convidem novamente. Mas adultos sensatos não precisam de listas de comportamentos bons e ruins.
Este artigo foi publicado originalmente no The New York Times.