Página Inicial Negócios Dólar cai e fecha a R$ 5,49, após derrubada do IOF no Congresso; Ibovespa sobe

Dólar cai e fecha a R$ 5,49, após derrubada do IOF no Congresso; Ibovespa sobe

Publicado pela Redação


A moeda americana recuou 0,99%, cotada a R$ 5,4985. Já a bolsa fechou em alta de 0,99%, aos 137.114 pontos. Câmara derruba aumento do IOF proposto pelo governo
O dólar recuou 0,99% nesta quinta-feira (26) e fechou cotado em R$ 5,4985, menor patamar desde outubro. Na mínima, chegou a R$ 5,4912. Já o Ibovespa avançou 0,99%, aos 137.114 pontos.
▶️ No Brasil, o mercado seguiu à espera de uma resposta do governo à derrubada do projeto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Como mostrou o g1, a redução da arrecadação e a resistência do Congresso devem levar a novos cortes no Orçamento.
▶️ A trégua entre Irã e Israel chegou ao terceiro dia, após os países confirmarem o fim do conflito. Investidores esperam que a paralisação seja duradoura e começam a mover o dinheiro para ativos mais arriscados.
▶️ O fim do prazo de suspensão do tarifaço de Donald Trump também se aproxima e retornam as preocupações com a guerra comercial. Washington só tem acordo firmado com o Reino Unido e a ampla taxação pode voltar.
▶️ O mercado também acompanhou mais desdobramentos da pressão sobre o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Nesta quarta-feira, o “The Wall Street Journal” reportou que Trump está ventilando a ideia de trocar o mandante do BC americano antes do fim do mandato de Powell.
Os investidores estão preocupados com a autonomia do BC americano. Powell tem sido duramente criticado por Trump, que continua a pedir por cortes, em especial depois que o BC manteve as taxas inalteradas pela 4ª vez consecutiva na semana passada.
▶️ Por fim, investidores analisaram uma série de dados econômicos nos EUA. O principal deles foi a revisão para baixo do PIB americano, consequência direta do tarifaço de Trump.
Veja abaixo como esses fatores impactam o mercado.
💲Dólar

a
Acumulado da semana: -0,48%;
Acumulado do mês: -3,84%;
Acumulado do ano: -11,02%.
📈Ibovespa

Acumulado da semana: -0,58%;
Acumulado da semana: 0,00%;
Acumulado do mês: +0,06%
Acumulado do ano: +13,99%.
De olho no IOF
O Congresso Nacional derrubou o decreto presidencial que alterava as regras e aumentava a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Desde o início, a proposta enfrentou forte resistência no Legislativo.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), incluiu o projeto na pauta da noite de terça-feira (24) e acelerou sua tramitação. O texto foi aprovado por 383 votos a 98 e, poucas horas depois, confirmado pelo Senado.
Segundo a equipe econômica, a derrubada dos decretos deve causar uma redução de R$ 10 bilhões na arrecadação neste ano. Segundo especialistas ouvidos pelo g1, a decisão deve levar o governo a aplicar novos bloqueios e contingenciamentos no Orçamento 2025.
Segundo o blog do Camarotti, integrantes do Palácio do Planalto avaliam que a derrota no Congresso foi resultado de uma articulação inédita entre Hugo Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
A avaliação no governo é que essa união fortalece o Legislativo tanto nas negociações com o Planalto quanto diante do Supremo Tribunal Federal. Motta e Alcolumbre, inclusive, planejam comparecer juntos a uma audiência para tratar da liberação de emendas parlamentares.
IPCA-15
O IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,26% em junho, abaixo dos 0,36% registrados em maio, segundo dados do IBGE. Em 12 meses, o índice acumula alta de 5,27%, também abaixo dos 5,40% anteriores.
A desaceleração foi puxada pela primeira queda no grupo de Alimentação e bebidas (-0,02%) após nove meses consecutivos de alta. Por outro lado, os grupos de Habitação (+1,08%) e Saúde e cuidados pessoais (+0,29%) contribuíram positivamente para o índice.
Guerra comercial e pressão no Fed
Com a situação no Oriente Médio mais estável, o foco agora se volta para a guerra comercial provocada por Donald Trump. A suspensão de 90 dias do tarifaço está prestes a expirar, e os investidores aguardam possíveis novos acordos por parte dos EUA.
🔎 O mercado avalia que o aumento das tarifas sobre importações pode encarecer os preços ao consumidor e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo. Isso pode resultar em uma desaceleração da economia dos EUA e até uma recessão global.
Diante desse cenário, as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, continuam no centro das atenções. Na terça-feira, ele reiterou que aguardará novos estudos sobre os possíveis impactos do tarifaço de Trump na inflação dos EUA antes de decidir sobre os rumos da taxa de juros.
“Os aumentos de tarifas neste ano provavelmente elevarão os preços e pesarão sobre a atividade econômica”, afirmou Powell durante depoimento perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos EUA. Nesta quarta-feira, ele reiterou o discurso ao Senado norte-americano.
A postura de Powell tem gerado duras críticas do presidente Donald Trump. Na terça-feira, ele o chamou de “burro” e “teimoso” em publicações nas redes sociais.
Nesta quarta-feira, a tensão aumentou. Segundo o jornal “The Wall Street Journal”, Trump tem cogitado substituir o comando do Fed antes do fim do mandato de Powell. A possibilidade tem gerado preocupação entre investidores quanto à preservação da autonomia do BC americano.
Dados nos EUA
O PIB do primeiro trimestre dos EUA caiu 0,5% em taxa anualizada, segundo o Departamento de Comércio. Houve revisão para baixo ante o recuo de 0,2% informados anteriormente. A expectativa era de que a terceira e última revisão não trouxesse alterações.
O desempenho negativo foi impulsionado pelo aumento expressivo nas importações, resultado da tentativa de empresas de antecipar compras e evitar os custos adicionais do tarifaço de Trump.
Com a suspensão temporária das tarifas por Trump, após a repercussão negativa, o aumento das importações não deve se repetir no segundo trimestre. De acordo com pesquisa da empresa de dados FactSet, economistas projetam uma recuperação do crescimento para 3% no período.
Além disso, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram para 236 mil na semana passada. No entanto, o número de pessoas que continuam recebendo o benefício subiu para 1,974 milhão — o maior nível desde 2021 — indicando maior dificuldade dos desempregados em encontrar novas oportunidades.
Economistas alertam que, apesar da volatilidade dos dados causada pelo feriado de Juneteenth e pelo início das férias escolares, há sinais claros de enfraquecimento no mercado de trabalho dos EUA.
Notas de dólar.
Dado Ruvic/ Reuters

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