Objetivo do projeto não era apenas ver como eram algumas galáxias no início dos tempos, mas analisar seus “ambientes cósmicos” nos estágios iniciais do universo. Ou seja, obter flagras do processo de formação das primeiras estrelas e buracos negros, por exemplo.
Mapa já pode ter rendido a primeira descoberta. Os cientistas se surpreenderam com imagens que podem romper com o modelo cosmológico conhecido. Imagens anteriores do telescópio Hubble sugeriam que galáxias fossem extremamente raras nos primeiros 500 milhões de anos do universo.
Faz sentido, o Big Bang acontece e tudo leva tempo para entrar em colapso gravitacional e formar, para as estrelas se ‘acenderem’. Há uma escala de tempo associada com isso. E a grande surpresa foi que, com o telescópio James Webb, vemos cerca de 10 vezes mais galáxias do que o esperado nestas incríveis distâncias. Estamos vendo enormes buracos negros que não são visíveis com o Hubble. Caitlin Casey, professora de física da UC Santa Barbara e co-líder do projeto, em comunicado à imprensa.
Time de Casey e Jeyhan Kartaltepe, do Rochester Institute, achou não só mais galáxias —mas diferentes tipos de galáxias e buracos negros. Por isso, a cientista espera que a divulgação das imagens descobertas possam levar a mais avanços colaborativos entre físicos e astrônomos de diferentes partes do mundo, com o intuito de responder às novas perguntas que surgem.
O universo estava produzindo muita luz muito cedo; em apenas 400 milhões de anos se formaram algo como um bilhão de massas solares de estrelas. Há muitos detalhes para serem esmiuçados e muitas questões ainda não respondidas. Caitlin Casey.
Time do projeto trabalhou por dois anos para converter os dados em imagens utilizáveis e que agora podem ser acessadas pelo público. Eles já trabalham em um novo conjunto de imagens que deverá ser divulgado a seguir. “Acreditamos que identificamos as primeiras galáxias, mas precisamos verificar isso”, revelou Casey. Sua equipe utiliza espectroscopia para “quebrar” a luz das galáxias em um prisma e poder confirmar a distância da fonte. Quanto mais distante, mais antiga.