Williams explicou que a amostra de sêmen é colocada em um chip especialmente projetado sob um microscópio. Então, o sistema STAR se conecta ao microscópio por meio de uma câmera de alta velocidade e tecnologia de imagem de alta potência para escanear a amostra.
São mais de oito milhões de imagens em menos de uma hora. Este conjunto de imagens busca encontrar o que o STAR foi treinado para identificar como um espermatozoide. Conforme explicação do especialista, o sistema isola instantaneamente um eventual espermatozoide detectado, permitindo que os embriologistas recuperem células que, talvez, nunca tivessem conseguido encontrar ou identificar sem o auxílio da IA.
Segundo Williams, a precisão do STAR possibilita que mesmo espermatozoides raríssimos sejam detectados. “[Pacientes com azoospermia] têm, literalmente, dois ou três [espermatozoides em uma amostra]”, explicou. “É como procurar uma agulha num palheiro.” Conforme o especialista, o sistema não usa lasers ou manchas prejudiciais, o que faz com que o esperma ainda possa ser usado para fertilizar um óvulo.
A utilização do método STAR para encontrar, isolar e congelar esperma de um paciente custaria pouco menos de US$ 3.000, segundo o especialista. O valor é equivalente a pouco mais de R$ 16 mil, conforme cotação atual.
Segundo a CNN, a inteligência artificial vem sendo cada vez mais utilizada em clínicas dos Estados Unidos. Com o auxílio da IA, os especialistas conseguem, por exemplo, avaliar a qualidade de óvulos e até mesmo rastrear embriões saudáveis.
Nos EUA, o método STAR está disponível apenas no Centro de Fertilidade da Universidade de Columbia. No entanto, Williams planeja publicar seu trabalho e compartilhá-lo com outros centros de fertilidade. “A infertilidade é uma parte tão antiga da experiência humana. […] É algo que tivemos que lidar ao longo de toda a história da humanidade, e é incrível pensar que as tecnologias mais avançadas que temos atualmente estão sendo usadas para resolver esse problema tão antigo”, declarou.