A participação de veículos importados entre as vendas de zero km se aproxima de 20%. Mesmo com crescimento acelerado dos chineses, a Argentina ainda lidera os emplacamentos de importados. BYD Explorer pode trazer 7.000 veículos importados de uma só vez
BYD/divulgação
No primeiro semestre de 2025, o número de veículos importados emplacados no Brasil aumentou 15,6%, passando de 197.667 para 228.472 unidades. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (7) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
No mesmo período, as vendas de veículos nacionais cresceram 2,6%. Assim, o avanço dos importados foi seis vezes mais acelerado.
Para se ter uma ideia, as quase 230 mil unidades importadas neste semestre já se aproximam das 273,5 mil registradas durante todo o ano de 2022.
Com isso, os veículos importados passaram a representar 19,1% dos emplacamentos de carros zero quilômetro no Brasil. Em comparação, a fatia era de apenas 13% em 2022.
A China foi o país com maior crescimento nas exportações de veículos para o Brasil, com alta de 37,2% e 70.695 unidades emplacadas. No entanto, a Argentina continua sendo o principal fornecedor, o aumento de 13,6% fez o país atingir 102.805 unidades.
A Anfavea projeta que a China será responsável por aproximadamente 200 mil veículos importados emplacados no Brasil em 2025.
“O que está por trás desse dado é um processo que pode aprofundar um processo de desindustrialização, de queda de empregos, de menor consistência da nossa cadeia de fornecedores”, disse Igor Calvet, presidente da Anfavea.
Apesar do aumento na presença de veículos importados no mercado brasileiro, a Anfavea não prevê mudanças nos investimentos das montadoras com produção local, que somam cerca de R$ 180 bilhões. Ainda assim, demonstrou preocupação com o cenário futuro.
“[Os investimentos] estão mantidos até agora, não há qualquer mudança no horizonte, mas essas turbulências que podem desfavorecer a produção local, farão necessariamente que as contas sejam revistas”, apontou Calvet.
O presidente da Anfavea reiterou que a entidade defende a recomposição da alíquota de importação para o setor. O governo federal criou um cronograma de elevação do imposto sobre elétricos e híbridos importados com a intenção de tornar os modelos produzidos em solo nacional mais atrativos.
“Ainda que as importações não diminuam, você diminui o desequilíbrio competitivo presente em nosso país”, disse o executivo.
“Esse desequilíbrio vai gerar o enfraquecimento da nossa cadeia e, consequentemente, aumentar nossa dependência externa de produção e preços. Menos divisas vindo ao país”, diz o presidente da Anfavea.
Exportações também em alta
Apesar da preocupação com as importações, a indústria comemora o aumento de 60% nas exportações no semestre, impulsionado pelo crescimento do mercado argentino.
No primeiro semestre de 2024, foram exportadas 165,3 mil unidades. Em 2025, esse número saltou para 264,1 mil veículos, alta de 183,1%.
Estes são os principais países que comparam os veículos fabricados no Brasil:
Argentina: 157.350 mil unidades, crescimento de 183,1%;
México: 36.989 mil unidades, queda de 18,4%;
Colômbia: 19.939 mil unidades, crescimento de 38%;
Uruguai: 16.607 mil unidades, queda de 0,9%;
Chile: 12.695 mil unidades, crescimento de 38%.
Produção nacional está positiva, mas não saudável
De acordo com a Anfavea, a produção nacional de veículos chegou a 1.226.663 unidades, um aumento de 7,8% em relação às 1.137.881 fabricadas no primeiro semestre de 2024.
Apesar do resultado positivo no acumulado, a produção nacional registrou queda pelo segundo mês consecutivo. Em junho, houve retração de 6,5%, com 200,8 mil unidades, e em maio, a redução foi de 5,9%, com 214,7 mil veículos produzidos.
“É o segundo mês consecutivo em que há uma queda na produção. Pra compensar esses valores, teremos de ter um segundo semestre muito mais forte para que alcancemos a previsão do final do ano. No acumulado ainda estamos positivos, em 7,8%”, disse o executivo.
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