Página Inicial Saúde Dia Mundial da Conscientização do TDAH: entenda o que é – 13/07/2025 – Equilíbrio

Dia Mundial da Conscientização do TDAH: entenda o que é – 13/07/2025 – Equilíbrio

Publicado pela Redação

As redes sociais estão cheias de publicações sobre saúde mental. Um dos transtornos mais debatidos é o TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) por reunir sintomas que quase todas as pessoas sentem em algum momento da vida. No Dia Mundial de Conscientização do TDAH, neste domingo (13), entenda algumas particulares da condição explicadas por especialistas para não cair nos diagnósticos de internet.

Caracterizado por um prejuízo na atenção, impulsividade e hiperatividade, o TDAH é um transtorno neurobiológico e do desenvolvimento humano, o que significa que há uma dificuldade de autorregulação que se inicia nos primeiros anos de vida. “Por isso, que para ser considerado TDAH, é preciso uma investigação aprofundada que demonstra que os sintomas estão presentes desde a infância”, explica Diego Maciel Lima, psicólogo e doutorando em neuropsicologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Algumas características comuns apresentadas são dificuldade de manter a atenção em atividades repetitivas e monótonas, distração fácil por estímulos irrelevantes, aumento da atividade psicomotora, dificuldade de terminar uma atividade antes de começar outra e impulsividade —agir sem pensar nas consequências.

Estes sintomas devem necessariamente levar a prejuízos acadêmicos, interpessoais e profissionais significativos”, afirma Rodrigo Martins Leite, médico psiquiatra da USP (Universidade de São Paulo) e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). O diagnóstico é médico e clínico, envolvendo a análise também do histórico e contexto da pessoa.

Leite diz que, apesar do diagnóstico poder ser feito em qualquer idade, a fase ideal é durante a infância, principalmente para a realização do tratamento precoce. “O atraso no diagnóstico e tratamento piora a evolução do transtorno ao longo da vida”, aponta.

“A gente tem que sempre entender a fase do desenvolvimento e quando um diagnóstico vai trazer um benefício, porque muitas vezes a intervenção de forma adequada é melhor que o diagnóstico em si”, diz Ana Julia Pereira Borges, psicóloga clínica, especialista em terapia cognitivo-comportamental e mestre em psicologia pela UFPR.

A psicóloga conta que alguns sintomas aparecem em etapas específicas, e é importante saber o que pode ser considerado natural daquela fase do desenvolvimento da pessoa ou não. Hoje, ela diz que tem mais informação difundida sobre o que é o transtorno, o que pode ajudar.

Por outro lado, com a conscientização e ampliação do conhecimento sobre o TDAH, há também alguns equívocos que acabam se espalhando, segundo os especialistas destacam questões como enfoque único no tratamento medicamentoso em vez de uma abordagem disciplinar.

Para Lima, a crença de que o TDAH existe só na infância é um equívoco. “Adultos com TDAH continuam com dificuldades associadas ao transtorno. Alguns aspectos tendem a melhorar e se adaptar à nova fase da vida”, fala.

Outro problema que vem junto com a ampliação dos conceitos diagnósticos é a questão dos hiperdiagnósticos, ou diagnósticos equivocados. Leite destaca que um dos equívocos mais visíveis é o autodiagnóstico via plataformas digitais.

“Muitas pessoas podem se identificar com os sintomas mas não necessariamente terem TDAH”, explica. “Estamos vivendo um modismo diagnóstico sem dúvida. Há outros transtornos que também geram desatenção e outros sintomas como impulsividade.”

Por isso, os especialistas reforçam a necessidade de uma avaliação especializada, cuidadosa e criteriosa com um profissional de saúde mental. Até porque o contexto digital que vivenciamos, com excesso de telas, cobrança por produtividade, aumento do diagnóstico de ansiedade, redes sociais e excesso de informação, sintomas contextuais podem se confundir com um diagnóstico de TDAH propriamente dito.

“Estamos sendo vítimas de uma sobrecarga sensorial e isso contribui para sintomas parecidos com TDAH como perda de foco, desatenção e prejuízo em atividades cognitivas que exijam mais persistência”, complementa o psiquiatra.

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