Já ouvi de executivos de alto escalão de algumas Big Techs que, ainda esse ano, deve ser lançado um medicamento desenvolvido com inteligência artificial e patenteado nos Estados Unidos. Isso só foi possível por conta do acesso a uma infraestrutura computacional gigantesca, equipes capacitadas e recursos que não estão à disposição de outros países
Helton Simões Gomes
Além disso, esse poder tende a se concentrar ainda mais com a disputa global por profissionais altamente qualificados na área. “Há, de fato, uma corrida por cabeças pensantes”, afirma Diogo Cortiz. Ele cita como exemplo a contratação de Alexandr Wang, co-fundador da Scale AI, empresa recentemente adquirida pela Meta como parte de sua ambição de alcançar a superinteligência.
Ao anunciar sua ida para a Meta, Wang publicou em uma rede social que, junto com ele, estavam sendo contratados outros dez talentos. Desses, sete eram chineses. Para Cortiz, esse dado ilustra bem como a competição por capital humano está se tornando cada vez mais estratégica e geopolítica.
Isso mostra como é fundamental atrair cérebros do mundo todo, além de levantar questionamentos sobre a política anti-imigração dos Estados Unidos que, muitas vezes, dificulta a entrada de estudantes e profissionais estrangeiros. Enquanto isso, a China está fazendo o oposto: investindo pesado para atrair talentos de várias partes do mundo
Diogo Cortiz
E o Brasil, como fica?
O país tem algumas cartas na manga para reforçar seu papel no desenvolvimento da inteligência artificial. Além do PBIA (Plano Brasileiro de Inteligência Artificial), que inclui ações como a previsão de R$ 23 bilhões em investimentos, o Brasil conta com uma proposta para a Política Nacional de Data Centers, que prevê a isenção de impostos para equipamentos importados.