O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu o diagnóstico de insuficiência venosa crônica (IVC), segundo afirmou a Casa Branca nesta nesta quinta-feira (17), após ser examinado por seu médico devido ao inchaço nas pernas. Esta é uma das principais manifestações da doença, que é comum e causa diversos desconfortos.
A IVC é caracterizada por um aumento da pressão nas veias dos membros inferiores, resultante de uma incompetência do sistema venoso responsável pela drenagem sanguínea. Em outras palavras, as veias não conseguem fazer o retorno do sangue de forma eficiente ao coração.
Segundo Edwaldo Edner Joviliano, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – São Paulo, trata-se de uma doença relativamente comum, mais frequente em mulheres do que em homens. “A estimativa é que ela afete de 40 a 60% das pessoas em alguma fase da vida”, afirma o especialista.
Dados do Google Trends mostram que o interesse por insuficiência venosa crônica já era significativo, mas atingiu seu pico de buscas no Brasil após o anúncio do diagnóstico de Trump. Uma das principais dúvidas relacionadas foi se essa condição pode ser fatal. Nos Estados Unidos, o fenômeno foi similar, com buscas concentradas nos riscos da insuficiência venosa crônica.
“Não é uma doença que leva à morte, mas sim uma que afeta a qualidade de vida”, afirmaJoviliano, tranquilizando sobre a gravidade da condição.
Fatores de risco
A causa principal, segundo Joviliano, é a predisposição genética. Além disso, outros fatores podem contribuir para o desenvolvimento da IVC:
- Histórico de trombose venosa
- Traumas graves na perna
- Cirurgias ortopédicas de grande porte
- Obesidade
De acordo com Nelson Wolosker, médico vascular do Hospital Israelita Albert Einstein, existem diversas situações clínicas que levam ao aumento da pressão nas veias dos membros inferiores. As varizes representam uma forma mais benigna da condição, enquanto a trombose venosa constitui um quadro mais grave.
Sintomas
A IVC causa, sobretudo, transtornos na qualidade de vida de quem recebe o diagnóstico, manifestando-se principalmente através de:
- Inchaço nas pernas
- Dor
- Varizes (veias dilatadas que se projetam para fora da perna)
- Alterações na pele da perna
- Surgimento de manchas
- Formação de úlceras nos membros inferiores (em casos mais avançados não tratados)
Tratamento
O tratamento clínico baseia-se principalmente na mudança do estilo de vida, incluindo a prática regular de atividade física, tanto musculares quanto aeróbicos, que melhoram a drenagem das pernas.
O médico ressalta a importância do fortalecimento das pernas: “Nossa panturrilha é um segundo coração que temos, contribuindo para o retorno do sangue”, afirma. “Não se deve poupar a perna”.
É fundamental evitar permanecer muito tempo com as pernas paradas e para baixo, ou muito tempo sentado na mesma posição. Em atividades laborais que exigem essa postura, o médico recomenda levantar-se periodicamente.
Os médicos também indicam períodos de repouso com as pernas elevadas para reduzir o inchaço.
Outro tratamento importante é o uso de meias elásticas compressivas, que comprimem as pernas conforme o nível de compressão necessário determinado pelo profissional de saúde. “Isso ajuda a melhorar a qualidade de vida e permite que o indivíduo execute atividades laborais sem maiores problemas”, explica Joviliano. O uso pode ser contínuo, dependendo da gravidade, impedindo que as pernas inchem.
Em alguns casos, é possível realizar cirurgias corretivas de varizes para resolver o problema de forma mais definitiva naquele momento.