Página Inicial Saúde Dengue: Curitiba ganha fábrica de mosquitos com Wolbachia – 19/07/2025 – Equilíbrio e Saúde

Dengue: Curitiba ganha fábrica de mosquitos com Wolbachia – 19/07/2025 – Equilíbrio e Saúde

Publicado pela Redação

O Ministério da Saúde anunciou neste sábado (19) a inauguração em Curitiba da maior biofábrica do mundo especializada no desenvolvimento de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia.

O método é usado no combate à transmissão de doenças como dengue, chikungunya e zika. A Wolbachia é uma bactéria presente em cerca de 60% dos insetos, inclusive em alguns mosquitos, mas não é encontrada naturalmente no Aedes aegypti.

“Quando os mosquitos com Wolbachia são liberados no ambiente, eles se reproduzem com mosquitos selvagens, ajudando a formar uma nova geração com menor capacidade de transmitir essas arboviroses [dengue e outras]. Com o tempo, a proporção de mosquitos infectados pela bactéria aumenta e substitui a linhagem selvagem, dispensando novas liberações”, afirma o Ministério da Saúde.

A biofábrica instalada na capital do Paraná se chama Wolbito do Brasil. É resultado de uma joint venture entre o IBMP (Instituto de Biologia Molecular do Paraná), ligado à Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), e o WMP (World Mosquito Program), uma organização mundial sem fins lucrativos. O investimento supera R$ R$ 82 milhões, diz o Ministério da Saúde.

O método Wolbachia está em vigor no Brasil há mais de dez anos e, desde 2023, teve seu uso ampliado pelo governo em áreas prioritárias. Em Niterói (RJ), os casos de dengue caíram 69% nos bairros cobertos pela tecnologia, segundo o Ministério da Saúde.

“O município foi o primeiro no Brasil a ser totalmente coberto. Além dos benefícios para a saúde pública, o método apresenta bom custo-benefício para o governo: para cada R$ 1 investido, o país economiza até R$ 500 em medicamentos, internações e tratamentos”, acrescenta a pasta.

O ministério afirma que, com a nova unidade no Paraná, a produção alcançará 100 milhões de ovos por semana.

“Não existe nenhum lugar no mundo que produz a quantidade de mosquitos que nós passaremos a produzir aqui no Brasil com essa tecnologia inovadora, que já testamos em várias cidades do nosso país. Isso coloca o Brasil na linha de frente dessa tecnologia para o mundo”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, segundo nota divulgada pela pasta.

Também em comunicado, a Wolbito do Brasil diz que a expectativa é proteger ao menos 14 milhões de pessoas por ano a partir da nova operação. “Inicialmente, a unidade atenderá exclusivamente ao MS [Ministério da Saúde], garantindo a distribuição dos mosquitos Wolbitos para diversas regiões do Brasil com altos índices de dengue.”

Os primeiros locais que devem ser atendidos são Balneário Camboriú, Blumenau e novas áreas em Joinville, em Santa Catarina, Valparaíso de Goiás e Luziânia, em Goiás, e Brasília.

“As seis cidades estão na etapa de comunicação e engajamento, logo após, entre agosto e setembro, será a vez da liberação dos Wolbitos nessas regiões. A escolha dos municípios é feita por meio de uma seleção criteriosa do Ministério da Saúde, e a implementação conta com o apoio estratégico da Fiocruz”, afirma a Wolbito do Brasil.

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