As plataformas digitais não ficaram sensibilizadas com o veto, que muitos reconhecem que será difícil de fiscalizar. “É muito provável que a proibição leve os jovens a cantos mais sombrios da internet, onde não existem diretrizes comunitárias, ferramentas de segurança ou proteções”, disse um porta-voz do TikTok quando o projeto de lei foi aprovado.
A proibição visa, em parte, proteger os jovens do cyberbullying, da desinformação e do conteúdo ilegal que inunda as plataformas digitais. Mas alguns especialistas duvidam que essa medida seja um antídoto eficaz para a deterioração da saúde mental dos jovens.
Solução “simples e agradável” para problema complexo?
Marilyn Campbell, professora da faculdade de educação infantil e inclusiva da Universidade de Tecnologia de Queensland, que pesquisa sobre cyberbullying, alerta que há poucas pesquisas que conseguiram estabelecer uma conexão causal entre as redes sociais e a saúde psicológica.
“Sabemos que há uma alta correlação entre o surgimento de novas tecnologias e o aumento da deterioração da saúde mental dos jovens”, disse. “Mas ainda não sabemos por quê.”
Uma conexão causal ocorre quando é possível comprovar que uma determinada variável (como acesso a redes sociais) provoca uma consequência (como deterioração da saúde mental). Já correlação ocorre quando é possível observar que dois fenômenos se movem na mesma direção (por exemplo, quando tanto o acesso a redes sociais como a deterioração da saúde mental estão crescendo).