A moeda norte-americana recuou 0,46%, cotada a R$ 5,8713. Já o principal índice da bolsa de valores avançou 1,31%, aos 127.682 pontos. Notas de dólar.
Dado Ruvic/ Reuters
O dólar fechou em baixa nesta sexta-feira (11), cotado a R$ 5,87, com o mercado reagindo à nova retaliação chinesa ao tarifaço promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O Ministério das Finanças da China anunciou nesta manhã que vai aumentar as tarifas de importação de produtos que chegam dos EUA de 84% para 125%. A medida passa a valer neste sábado (12).
A nova taxação do país asiático sobre produtos americanos é mais uma reposta às medidas impostas por Trump. Na quinta-feira (10), os EUA confirmaram que as tarifas impostas à China somam 145%. (Leia mais abaixo)
Além da continuidade da guerra tarifária, o mercado brasileiro também repercute a divulgação do mais recente dado de inflação do país. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,56% em março, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado veio em linha com as projeções do mercado financeiro, sem causar surpresas negativas que poderiam influenciar no preço do dólar no Brasil.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
O dólar caiu 0,46%, cotado a R$ 5,8713. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,61% na semana;
ganho de 2,90% no mês; e
perda de 4,99% no ano.
No dia anterior, a moeda americana teve alta de 0,92%, cotada a R$ 5,8987.
a
📈Ibovespa
O Ibovespa subiu 1,05%, aos 127.682 pontos.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
alta de 0,33% na semana;
recuo de 1,98% no mês; e
ganho de 6,15% no ano.
Na véspera, o índice teve baixa de 1,13%, aos 126.355 pontos.
O que está mexendo com os mercados?
A nova tarifa de 125% anunciada pela China sobre produtos importados dos EUA entra em vigor já neste sábado (12), segundo o Ministério das Finanças da China.
“A imposição pelos EUA de tarifas anormalmente altas à China viola gravemente as regras do comércio internacional e econômico, as leis econômicas básicas e o bom senso, sendo um ato completamente unilateral de intimidação e coerção,” escreveu o Ministério.
Esse é mais um capítulo da escalada na guerra comercial que teve início no dia 2 de abril, quando Donald Trump anunciou seu “tarifaço” sobre produtos importados de mais de 180 países. No dia seguinte ao anúncio, as bolsas de valores derreteram em nível global.
Já nesta semana, o humor do mercado mudou após Trump anunciar uma pausa no tarifaço. Ele reduziu para 10% as taxas aplicadas sobre todos os países, pelo prazo de 90 dias. A exceção foi a China, que teve as tarifas elevadas para 145%, conforme explicou a Casa Branca.
A questão para a economia global é que o aumento de tarifas traz as seguintes consequências:
➡️ As tensões crescentes entre os países elevam as incertezas globais com o futuro da economia.
➡️ Mais tarifas tornam os produtos que chegam aos países mais caros, o que contribui para um aumento da inflação.
➡️ Com os preços altos, o mercado teme que aconteça uma redução nos níveis de consumo da população, além de uma queda no comércio internacional.
➡️ Esse cenário nas maiores economias do mundo eleva os temores por um período de recessão global.
Apesar de o tarifaço ter conduzido o humor dos mercados nos últimos dias, destaque também para dados domésticos nesta sexta-feira.
O IPCA mostrou que os preços subiram 0,56% no Brasil em março, maior índice para o mês desde 2023, há dois anos, quando os preços subiram 0,71%.
O resultado representa uma desaceleração de 0,75 ponto percentual (p.p.) da inflação em relação a fevereiro, quando a alta foi de 1,31%. No ano, o IPCA acumula alta de 2,04%.
Já no acumulado em 12 meses, a inflação registra um avanço de 5,48%. O número está acima do teto da meta do Banco Central do Brasil (BC), que é de 3% para a inflação anual, e será considerada cumprida se ficar em um intervalo entre 1,50% e 4,50%.
A inflação de março veio totalmente em linha com as expectativas do mercado financeiro, que esperavam exatamente essa alta de 0,56% nos preços.