Página Inicial São Paulo São Paulo: vice-governador comemora resultados de ‘HUB anti-Crack’

São Paulo: vice-governador comemora resultados de ‘HUB anti-Crack’

Publicado pela Redação

O HUB de Cuidados em Crack e Outras Drogas, do governo de São Paulo, superou a marca de 50 mil atendimentos em dois anos de funcionamento, com 27,6 mil pacientes recebendo auxílio. Segundo o governo paulista, o espaço, que oferece acolhimento imediato, cuidado clínico e avaliação psicossocial, atua também como ponto de articulação entre diferentes níveis da rede pública.

À CNN, o vice-governador do estado Felício Ramuth (PSD), que coordena as ações estaduais na cracolândia, afirmou que, no geral, os projetos de atendimento nas chamadas “cenas abertas de uso” estão caminhando bem. Felício comemorou o resultado divulgado nesta terça-feira (8) pelo governo estadual e disse à CNN que o número de usuários já diminuiu durante o dia, mas o período da noite ainda preocupa. Além disso, destacou que a área da Saúde ampliou de 345 para 695 o número de leitos para tratamento de dependência química.

O governo estadual afirma estar trabalhando para levar o projeto para o interior do estado. Segundo o Felício, são 20 unidades das “casas Previnir” na capital paulista, e oito no interior do estado. E a intenção é ampliar a capilaridade do serviço.

A oposição, no entanto, critica as políticas públicas do governo estadual relacionadas ao atendimento aos dependentes químicos, e afirma que o problema da cracolândia está longe de uma solução efetiva.

Imagem mostra área de convivência dentro de Hub Anti Crack, iniciativa do governo de SP • Reprodução

Para a deputada estadual Paula da Bancada Feminista (PSOL), o atendimento que vem depois da passagem pelos Hubs é o que preocupa. “Atualmente o governo tem o Hub como porta de entrada, mas a maioria das pessoas não são encaminhadas a serviços de atendimento psicossocial. A maioria é encaminhada para comunidades terapêuticas, onde há muitas denúncias de violações de direitos humanos”, disse.

Ela afirma que os locais para onde os dependentes são enviados, pelo governo, são ligados a entidades religiosas, e que não há acompanhamento dos usuários depois que eles chegam às comunidades terapêuticas. “O controle por parte do governo é muito baixo. E não são internações eficientes, que duram meses. Muitas pessoas passam apenas alguns dias lá e depois voltam para cenas de uso aberto. O tratamento não é eficaz e não há o que comemorar, nesse momento”, disse a deputada.

A CNN procurou o governo estadual, que enviou uma nota:

A Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo fiscaliza permanentemente as comunidades terapêuticas, e, diferentemente do afirmado, não há registro de denúncias de violações nessas unidades. Desde o início da atual gestão, foram realizadas cerca de mil inspeções nas 34 unidades cadastradas, que, em conjunto, já prestaram atendimento a mais de 12 mil pessoas. Ao todo, são 1,2 mil vagas disponíveis para o tratamento de pacientes sob o uso de substâncias psicoativas.

As organizações que administram essas comunidades contam com equipes de profissionais de comprovada expertise técnica, atuando em conformidade com os critérios estabelecidos pela Secretaria para o acolhimento terapêutico, seja ele em regime comunitário ou residencial. Em ambas os casos, o trabalho tem como objetivo promover o protagonismo e a autonomia do indivíduo em processo de recuperação. O serviço é direcionado a pessoas com mais de 18 anos, e o acesso às vagas é regulamentado pela CROSS (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde).

Desde 2023, o Estado de São Paulo conta com as Casas Terapêuticas, um serviço estruturado em quatro fases: acolher, despertar, transformar e caminhar. Em até dois anos, os acolhidos nessas casas têm a oportunidade de reaprender habilidades essenciais de autocuidado e auto-organização, além de participarem de psicoterapias individuais, programas de educação financeira e diversas atividades socioeducativas e culturais, visando sua plena reintegração à sociedade. Atualmente, nove dessas unidades estão em funcionamento no estado, e a entrega de mais três complexos está prevista para os próximos dias.

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