A farmacêutica Novo Nordisk anunciou nesta segunda-feira (7) um investimento de R$ 6,4 bilhões na expansão da sua unidade em Montes Claros (MG). Com sede em Copenhague, na Dinamarca, a empresa diz que vai aumentar a capacidade de produção de tratamentos injetáveis para pessoas com obesidade e diabetes, como o Ozempic e o Wegovy, além de outros medicamentos.
O anúncio contou com a presença do presidente Lula e de ministros. Ele chegou ao local por volta das 10h30, visitou a fábrica e fez um discurso durante o evento, assim como alguns de seus ministros.
A empresa, presente no país desde 1990, é fornecedora de insulina e medicamentos para o tratamento de hemofilia para o SUS (Sistema Único de Saúde).
As obras de construção da expansão da fábrica, em cerca de 74.000 metros quadrados, já começaram e devem ser concluídas em 2028. Segundo a empresa, o investimento deve gerar 600 empregos permanentes após a conclusão das instalações. A empresa tem hoje cerca de 2.000 funcionários no Brasil.
Lars Jørgensen, presidente global da Novo Nordisk, disse que se trata do “maior investimento de uma empresa privada no setor de saúde no Brasil”. Segundo ele, a expansão da fábrica trará uma nova linha de produção asséptica, um novo centro de armazenamento e um novo laboratório de controle de qualidade.
“Atendemos mais de 4 milhões de pacientes no Brasil todos os anos. O investimento aumentará de forma significativa a nossa capacidade de atendimento para a crescente demanda por nossos medicamentos no Brasil e no restante do mundo”, disse Lars.
Em seu discurso na cerimônia, Lula falou que o país oferece a “previsibilidade” e o “exercício da democracia” que empresas líderes como a Novo Nordisk precisam para atuar e investir, além de “estabilidade política, estabilidade jurídica, estabilidade econômica, estabilidade social”.
O presidente e também o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aproveitaram o momento para fazer uma defesa da reforma tributária da renda, em trâmite no Congresso Nacional.
Também presente no evento, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, criticou o presidente dos EUA, Donald Trump, e disse que os pesquisadores de vacinas são bem-vindos ao Brasil.
“Ele acha que é o presidente do mundo e começou uma perseguição a quem investe e estuda em vacina. Começou a alimentar discurso de ódio contra quem pesquisa vacina. Mas o Brasil é um lugar seguro para que pesquisadores venham para cá”, disse Padilha.
Em seu discurso, o ministro também prometeu fazer com que a Anvisa “seja mais rápida na análise dos medicamentos e liberação de registros”.
Ao longo da cerimônia, o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin tomaram a vacina contra a gripe para marcar o lançamento da campanha nacional de vacinação.