Página Inicial Saúde Doenças cardíacas: Cálculo fácil pode ajudar na prevenção – 06/04/2025 – Equilíbrio e Saúde

Doenças cardíacas: Cálculo fácil pode ajudar na prevenção – 06/04/2025 – Equilíbrio e Saúde

Publicado pela Redação

Muitas pessoas usam um smartwatch para monitorar a saúde cardiovascular, geralmente contando o número de passos diários ou registrando a frequência cardíaca média. Agora, pesquisadores propõem uma métrica aprimorada, que combina os dois usando matemática básica: dividir a frequência cardíaca média diária pelo número médio de passos diários.

O resultado dessa divisão —chamado de “frequência cardíaca diária por passo” (DHRPS, na sigla em inglês) —oferece insights sobre a eficiência do coração, de acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Feinberg School of Medicine, da Northwestern University, e publicado na Journal of the American Heart Association.

O estudo descobriu que pessoas cujos corações trabalham com menos eficiência, segundo essa métrica, tinham maior propensão a doenças como diabetes tipo 2, hipertensão, insuficiência cardíaca, AVC, aterosclerose coronariana e infarto do miocárdio.

“É uma medida de ineficiência,” diz Zhanlin Chen, estudante de medicina e principal autor do estudo. “Ela mostra quão mal seu coração está funcionando,” acrescenta. “Você só vai precisar fazer um pouquinho de matemática.”

Especialistas veem valor na métrica. O médico Peter Aziz, cardiologista pediátrico da Cleveland Clinic, afirma que ela parece ser um avanço em relação a apenas contar passos ou medir a frequência cardíaca isoladamente.

“O que provavelmente é mais importante para a saúde cardiovascular é o que seu coração faz em relação ao esforço que ele precisa fazer,” diz Aziz. “Essa é uma maneira razoável de medir isso.”

A métrica não analisa a frequência cardíaca durante exercícios, mas, segundo Aziz, ainda oferece uma noção geral da eficiência cardíaca —e o estudo mostrou uma associação clara com doenças.

A pesquisa ganha força por seu tamanho: os cientistas cruzaram dados de smartwatches de quase 7.000 usuários de Fitbit com seus prontuários médicos eletrônicos.

Chen explica que uma forma simples de entender a métrica é comparar duas pessoas hipotéticas: ambas dão 10 mil passos por dia, mas uma tem frequência cardíaca média de 80 (dentro da faixa saudável), enquanto a outra tem média de 120.

A primeira teria um DHRPS de 0,008; a segunda, de 0,012. Quanto maior o número, maior o risco cardiovascular.

No estudo, os participantes foram divididos em três grupos com base nessa razão, e aqueles com os valores mais altos mostraram maior associação com doenças. A métrica DHRPS também se mostrou mais eficaz em prever risco de doenças do que apenas contar passos ou medir a frequência cardíaca isoladamente.

“Criamos essa métrica para ser de baixo custo e usar dados que já coletamos,” diz Chen. “Pessoas que querem cuidar da própria saúde podem fazer um cálculo simples para descobrir isso.”

Este artigo foi originalmente publicado no The New York Times.

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