Pessoas que se exercitavam mais tinham um risco 26% menor de desenvolver câncer do que aquelas que praticavam menos atividades, de acordo com uma análise de dados biomédicos publicada no British Journal of Sports Medicine.
O artigo utilizou dados do UK Biobank, um estudo longitudinal que recrutou 500 mil adultos no Reino Unido entre 2006 e 2010. Após o levantamento, mais de 106 mil adultos foram convidados a participar de um subestudo sobre atividade física. A amostra final, dividida em cinco grupos com base no nível de atividade física, incluiu cerca de 85 mil participantes, com idade média de 63 anos.
Os participantes usaram um acelerômetro —dispositivo que mede movimento— por sete dias para monitorar tempo sedentário, contagem de passos, intensidade da atividade e gasto energético diário. As medições foram comparadas com diagnósticos iniciais de 13 tipos de câncer associados à baixa atividade física: bexiga, mama, cólon, endométrio, esôfago, parte superior do estômago, cabeça e pescoço, rins, fígado, pulmão, leucemia mieloide, mieloma e reto.
A pesquisa identificou uma relação inversa entre atividade física diária total e risco de câncer, indicando que até aumentos modestos nos níveis de exercício foram suficientes para reduzir significativamente o risco dos 13 tipos de câncer. Indivíduos no segundo grupo mais alto de atividade física apresentaram um risco 16% menor em comparação com os do grupo mais baixo. Níveis mais altos de atividade tiveram efeito ainda mais protetor.
Outras medições de atividade física também foram associadas a menores taxas de câncer. Após ajustar para a contagem de passos, os pesquisadores não encontraram ligação significativa entre a intensidade dos passos e o câncer.
“Descobrimos que níveis mais altos de atividade física diária total foram os mais importantes”, diz Alaina Shreves, uma das principais pesquisadoras do estudo e doutoranda no programa Oxford-Cambridge dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos.
“No que diz respeito à contagem de passos, isso sugere que o número total de passos diários é mais importante para a redução do risco de câncer do que a intensidade ao caminhar.” Isso está alinhado com a mensagem de saúde pública “Mexa-se mais, sente-se menos” para prevenção do câncer, afirma.
Tanto atividades leves quanto de intensidade moderada a vigorosa foram associadas a menor risco de câncer.