Página Inicial Saúde Dengue: casos de 9 a 23 de abril são 23% do total de 2025 – 02/05/2025 – Equilíbrio e Saúde

Dengue: casos de 9 a 23 de abril são 23% do total de 2025 – 02/05/2025 – Equilíbrio e Saúde

Publicado pela Redação

Na cidade de São Paulo, 23,06% do total de casos de dengue em 2025 ocorreram de 9 a 23 de abril, segundo mostram os boletins epidemiológicos da Secretaria Municipal da Saúde.

De janeiro a 23 de abril de 2025, foram contabilizados 34.674 infecções. Até o dia 16, ou seja, na semana anterior, esse número era de 31.493. O total de novas ocorrências da doença se observado o intervalo de janeiro a 9 de abril chegou a 26.677. Os dados são provisórios.

Apenas na última semana estudada, de 16 a 23 de abril, foram registrados 3.181 novos casos da doença.

Em 2024, de janeiro a 10 de abril, o município registrou 145.926 casos de dengue —até 17 de abril, o total foi de 181.020 infecções e na semana seguinte (24), chegou a 220.029. A diferença de um dia entre os dois anos ocorre devido às semanas epidemiológicas.

Vale ressaltar que 2024 foi o ano mais agressivo para a dengue, pelo menos a partir de 2015, quando a capital paulista encerrou com 103.186 casos e 25 mortes. No ano passado, de janeiro a dezembro, foram confirmados 627.965 casos e 526 óbitos por dengue.

Os distritos de Jardim Ângela (860,2) e Capão Redondo (655,2), na zona sul; Rio Pequeno (600), na oeste; Perus (587,6), Freguesia do Ó (506) e Brasilândia (551,9), na norte, possuem os maiores coeficientes de incidência da doença no município. No total, 26 estão em epidemia.

O coeficiente de incidência mostra o risco de os moradores ficarem doentes e a probabilidade de novas ocorrências. Acima de 300, indica que a região está epidêmica.

Em número de casos, Jardim Ângela lidera com 3.004. Em seguida, vêm Capão Redondo (1.986), Grajaú (1.595) e Brasilândia (1.584).

Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde afirma que monitora a situação epidemiológica da dengue na capital e realiza diariamente ações de prevenção e combate à doença. Atividades de intensificação foram realizadas nos dias 26 e 27 de abril, em todas as regiões da capital, com foco nos distritos administrativos com maior incidência da doença.

De acordo com a pasta, mais de 28 mil imóveis foram visitados em ações de bloqueio de criadouros, e mais de 1.100 quarteirões passaram por nebulizações.

De 18 a 21 de abril, mais de 48 mil imóveis foram visitados em ações de bloqueio de criadouros, e 2.884 quarteirões passaram por nebulizações em todas as regiões da capital.

Em 2025, já foram realizadas mais de 4,2 milhões de ações, que inclui visitas domiciliares, bloqueio de criadouros, nebulizações, aplicação de larvicidas em pontos estratégicos e com drones em locais de difícil acesso, além de campanhas educativas para conscientização da população.

Capital registra nove mortes por dengue

De janeiro a 23 de abril, a cidade de São Paulo registrou nove mortes por dengue. Os dois óbitos confirmados no dia 28 de abril, após investigação epidemiológica realizada pelo Instituto Adolfo Lutz, referem-se a um idoso de 86 anos, residente no distrito de Vila Guilherme, na zona norte, e de um rapaz de 31 anos, morador da região de São Mateus, na zona leste.

No Jardim Ângela, foram quatro vítimas fatais: um menino de 12 anos, não vacinado, duas mulheres, de 34 e 71 anos, e um homem de 74 anos.

Também morreram de dengue um jovem de 24 anos da Brasilândia (zona norte) e um idoso de 69 anos da Mooca (zona leste).

A primeira morte na capital, em 30 de janeiro de 2025, foi de uma menina de 11 anos da região de Ermelino Matarazzo (zona leste). Não havia registro, ao menos até 31 de dezembro, de que a criança tenha se vacinado na rede pública. Dos mortos, oito tinham alguma comorbidade.

Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, a dengue apresenta um padrão sazonal com maior incidência de casos entre os meses de outubro e maio. Sua ocorrência está relacionada a diversos fatores determinantes como condições climáticas, aspectos demográficos e socioculturais, que favorecem tanto a proliferação do mosquito Aedes aegypti —transmissor da dengue, zika e chikungunya—quanto a circulação do vírus.

De 2015 a 2023, Marsilac e Parelheiros, no extremo sul da cidade de São Paulo, não apontaram alta incidência de dengue e nem chegaram a um nível epidêmico. Em 2024, a intensidade da doença mudou a história epidemiológica destes distritos. Em 2025, apesar dos números menores em relação ao ano passado, as duas regiões estão em epidemia.

Marsilac tem incidência de 339,7 por 100 mil habitantes. Em Parelheiros, o coeficiente chegou a 325,2.

Para Gonzalo Vecina Neto, conselheiro da SBPPC (Sociedade Brasileira de Profissionais em Pesquisa Clínica) e professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, a explicação está nas mudanças climáticas.

“Não vejo outra razão para o aumento do número de casos na região sul de São Paulo, que é mais fria. A mudança climática aumenta a capacidade de reprodução e a agilidade do mosquito. Ele pica mais pessoas, gastando menos energia por causa do calor. Se houve uma explosão e é um lugar onde você tinha menos, valeria a pena o município fazer uma campanha específica lá, além das outras providências que já estamos tomando “, afirma.

“O Brasil tinha, em média, um milhão e meio de casos de dengue por ano. No ano passado, foram seis milhões. Como saiu de um e meio para seis milhões? Temperatura”, completa.

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