Millena Brandão, atriz mirim que participou como figurante de novelas do SBT, morreu na última sexta-feira (2), aos 11 anos. Ela teve morte cerebral, de acordo com boletim médico, poucos dias após ter massa cerebral identificada em tomografia.
A adolescente foi levada ao hospital na quinta-feira (24) após se queixar de dores de cabeça constantes. Cinco dias depois, após desmaios, médicos fizeram uma tomografia e identificaram uma massa de cinco centímetros em seu cérebro, levando à necessidade de intubação, da qual Millena não acordou mais.
“O diagnóstico não foi fechado. Está tudo em aberto ainda”, disse Thays Brandão, mãe da atriz mirim, à Folha.
Em nota, o Hospital Geral do Grajaú informou que não foi possível dar um diagnóstico concreto sem a realização de uma biópsia, que não foi feita durante a internação. O caso foi encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), responsável por apurar a causa definitiva do óbito por meio de laudo técnico, o que pode demorar até três meses.
“Ressaltamos que qualquer conclusão sobre o tipo de lesão, incluindo a possibilidade de tumor cerebral, depende do resultado oficial emitido por esse serviço”, disse o hospital. O diagnóstico pode apontar abscesso cerebral, hematoma subdural crônico ou cisto volumoso, afirma a neurologista Vanessa Gil.
Millena foi atendida primeiro pelo Hospital Geral de Pedreira, da rede municipal de São Paulo, depois, pela UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Dona Maria Antonieta, também municipal, e, por último, foi transferida para o Hospital Geral do Grajaú, da rede estadual. A jovem fez teste de dengue, que deu negativo. Já no hospital do Grajaú foi feita a tomografia, que identificou a massa cerebral.
Em nota, as Secretarias Municipal e Estadual de Saúde disseram que será aberta sindicância para apuração e esclarecimento detalhado do atendimento.
A rapidez com que o quadro da atriz evoluiu pode ser explicada pelo possível diagnóstico de tumor cerebral. “Quando um tumor exerce pressão sobre regiões vitais, como o tronco encefálico, ele pode desencadear crises de pressão intracraniana, comprometer centros respiratórios e cardíacos. Isso explica as múltiplas paradas cardiorrespiratórias”, diz Fabiano de Abreu Agrela, membro da Sociedade de Neurociência dos EUA e doutor em neurociências com pesquisas em genética e cognição.
Dores de cabeça persistentes e progressivas são um dos principais sinais de alerta, segundo o neurocientista. Alguns outros sintomas a serem observados são:
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Náuseas ou vômitos matinais sem causa aparente
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Visão turva ou dupla
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Dificuldades motoras ou de equilíbrio
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Alterações de comportamento ou irritabilidade constante
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Crises convulsivas recentes
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Sonolência excessiva