No dia anterior, a moeda norte-americana avançou 0,62%, cotada a R$ 5,7458. Já a bolsa recuou 0,09%, aos 133.398 pontos. Dólar vive disparada nos últimos dias
Cris Faga/Dragonfly/Estadão Conteúdo
O dólar abriu em baixa nesta quinta-feira (8), um dia após as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.
A primeira decisão saiu nos EUA: o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) manteve o referencial inalterado na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano. No anúncio, divulgado às 15h (horário de Brasília), a instituição ressaltou as incertezas causadas pela política tarifária do presidente Donald Trump.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda americana fechou em alta de 0,62%, aos R$ 5,7458.
Com o resultado, acumulou:
alta de 1,63% na semana;
avanço de 1,21% no mês; e
perda de 7,02% no ano.
a
📈Ibovespa
O Ibovespa caiu 0,09%, aos 133.398 pontos.
Na véspera, o índice fechou em baixa de 0,09%, aos 133.398 pontos.
Com o resultado, o índice acumulou:
recuo de 1,28% na semana;
queda de 1,24% no mês; e
ganho de 10,90% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
Em sua última reunião, o Copom projetou para esta quarta-feira um novo aumento da taxa Selic. A previsão é que a alta seja menor do que 1 ponto percentual (p.p.). Não se sabe, no entanto, se será de 0,50 p.p. ou 0,75 ponto.
Daniel Cunha, estrategista-chefe da BGC Liquidez, diz que a atenção dos mercados estará em como o BC brasileiro vai encaminhar o final do ciclo de altas de juros iniciado no ano passado.
“As ansiedades estão grandes. Há cenários que contemplam uma alta de 0,25 p.p., com Selic em 14,50%, e outros que preveem mais dois aumentos de 0,50 p.p., chegando a 15,25%. Faz muito tempo que não chegamos a uma reunião com uma amplitude tão grande dos agentes”, diz Cunha.
Para a XP Investimentos, “a dúvida reside na comunicação para a próxima reunião, isto é, se indicarão ou não altas de juros adiante”.
Nos EUA, o Federal Reserve manteve as taxas de juros do país inalteradas na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano. A decisão unânime veio em linha com as expectativas do mercado financeiro.
Foi a terceira reunião seguida em que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) optou por não alterar o referencial de juros. Em comunicado, o comitê afirmou que as incertezas em torno das perspectivas econômicas “aumentaram ainda mais” em meio à política tarifária de Trump.
A decisão de manter os juros inalterados nos EUA nesta quarta-feira veio apesar da pressão e de fortes críticas de Trump contra o presidente do Fed, Jerome Powell.
Nas últimas semanas, o republicano questionou inúmeras vezes o trabalho do banqueiro central à frente da instituição e chegou a ameaçar demiti-lo, mesmo que o presidente dos EUA não tenha poder para tomar essa decisão.
Após o anúncio, Powell afirmou que a pressão de Trump por cortes nas taxas de juros “não afeta” o trabalho do Federal Reserve. Ele declarou ainda que não tentou agendar um encontro com o republicano.
“Nunca pedi uma reunião com nenhum presidente, e nunca pedirei”, disse o chefe do Fed, em entrevista a jornalistas. “Nunca houve motivo para eu solicitar uma reunião. Sempre partiu do outro lado.”
O banqueiro central também observou que a política comercial de Trump continua sendo uma fonte de incertezas e reforçou a necessidade de o Fed esperar antes de ajustar sua política monetária.
“Eu não acho que podemos dizer qual será o desfecho disso”, disse. “Há uma grande incerteza sobre, por exemplo, onde as políticas tarifárias vão se estabilizar.”