Página Inicial Tecnologia Febre de bebês reborn é patológica? Como passado e tecnologias explicam

Febre de bebês reborn é patológica? Como passado e tecnologias explicam

Publicado pela Redação

Em “O Estranho” (1919), Freud examina o conto “O Homem de Areia” (Hoffman), no qual o protagonista se apaixona por Olímpia sem perceber que ela é uma boneca.

Assim como nos bebês reborn, há nela algo que denuncia o caráter não humano: o olhar. Se está de olhos fechados, podemos realmente confundir. Mas, de olhos abertos, percebemos que faltando algo.

O estranhamento é uma versão da angústia que aparece quando confundimos e cruzamos a casa e a rua, a experiência de proximidade com a de distância, o segredo da vida privada com a exposição da experiência pública ou mais radicalmente nossa relação entre pessoas e animais, pessoas ou coisas, pessoas vivas e pessoas mortas.

São conhecidas as mães psicóticas, que embalam seu filho perdido com boneca ou pedaço de lenha, e nos causam estranheza pela negação da perda e a substituição do ente perdido por um suporte material inumano, pela transposição do limite do brincar. Não é “como se”, mas vivenciar uma experiência real.

Isso nos aproxima de diversas questões modernas análogas, que mimetizam a realidade: realidade aumentada e virtual, metaverso e inteligência artificial. A febre os bebês rebons pode ser compreendida neste contexto de versões miméticas “demasiadamente reais”.

Em todos estes casos, temos uma espécie de efeito de recuo baseado em estranhamento.

Você também pode gostar

Deixe seu Comentário