Este tipo de fenômeno é classificado por intensidade em cinco classes: A, B, C, M e X, e cada nível representa um aumento de dez vezes na energia liberada pela erupção. Segundo o NOAA, a mancha solar AR4087 apresentou ontem explosões de níveis M3 e X2.7, sendo que este último representa a extremidade inferior da classe de erupção solar mais poderosa. Apesar da atividade observada, não há previsão de novos impactos na Terra, de acordo com o órgão.
Por que a explosão solar causa apagão nas ondas de rádio?
O aumento do nível de raios X e a radiação ultravioleta extrema gerados por uma erupção solar desestabiliza a ionosfera. Parte da atmosfera superior, a ionosfera está localizada entre 80 e 600 quilômetros acima da superfície da Terra. “A ionosfera é importante porque reflete e modifica as ondas de rádio usadas para comunicação e navegação”, explica o NOAA.
Em uma erupção solar, a ionização sofre um descompasso nos locais que estão recebendo a luz do Sol naquele momento. “Em condições normais, as ondas de rádio de alta frequência são capazes de suportar a comunicação a longas distâncias por refração através das camadas superiores da ionosfera”, explica a organização. Quando há uma erupção solar suficientemente forte, no entanto, a ionização é produzida nas camadas inferiores e mais densas da ionosfera, conhecidas como camada D.
[Neste cenário] As ondas de rádio que interagem com os elétrons nessas camadas perdem energia devido às colisões mais frequentes que ocorrem no ambiente de maior densidade da camada D. Isso pode fazer com que os sinais de rádio HF [sigla em inglês para “alta frequência”] sejam degradados ou completamente absorvidos. Isso resulta em um apagão de rádio —a ausência de comunicação em HF, impactando principalmente a faixa de 3 a 30 MHz [megahertz] NOAA