O último hospital da Faixa de Gaza que oferecia tratamento oncológico e cardíaco deixou de funcionar, após um bombardeio de Israel, informou nesta quinta-feira (15) o diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Ghebreyesus.
Um ataque ocorrido há dois dias deixou o hospital europeu de Khan Yunis inoperante, o que interrompeu “serviços vitais, como neurocirurgia, atendimento cardíaco e tratamento de câncer, que não estão disponíveis em nenhum outro lugar da Faixa de Gaza”, publicou Ghebreyesus no X.
O Exército de Israel reconheceu na terça-feira (13) que bombardeou um hospital na Faixa de Gaza, sob a justificativa de que o local era usado pelo Hamas para “atividades terroristas”. Um jornalista internado desde abril morreu, segundo o grupo terrorista palestino. O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, disse que outra pessoa também morreu e várias ficaram feridas durante a ofensiva em Khan Yunis.
A ONG Médicos sem Fronteiras (MSF) denunciou o fechamento do hospital: “Um dos últimos salva-vidas do sistema de saúde da Faixa de Gaza foi destruído”, publicou no X.
O hospital era o único em funcionamento em Khan Yunis, no sul do território palestino. Segundo a MSF, os hospitais que restaram na Faixa de Gaza, “a maioria deles funcionando parcialmente, estão constantemente sobrecarregados”.
“Os repetidos ataques a estabelecimentos de saúde são mais um exemplo das medidas tomadas pelas autoridades israelenses para tornar a Faixa de Gaza inabitável”, denunciou a ONG.
A ação militar israelense ocorreu após uma pausa nos bombardeios na segunda (12), dia em que o Hamas libertou Edan Alexander, último refém com cidadania americana mantido em Gaza desde outubro de 2023.
Imagens da AFP mostram fumaça saindo do centro médico Naser, enquanto equipes de resgate vasculhavam os escombros durante a noite. “Os ataques não distinguem civis e combatentes”, disse Abu Ghaly, funcionário da unidade de saúde. “Este é um hospital civil que recebe feridos continuamente, 24 horas por dia.”