A cidade de Sorocaba, a 84 quilômetros da capital paulista, registra uma alta de casos de hepatite A no município. Segundo a prefeitura local, em 2025 foram registrados 128 casos da doença enquanto em 2024, apenas 9 ao longo de todo o ano.
O diretor-geral do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) do município, Glauco Fogaça, afirmou na última quinta-feira (15), após ser questionado por vereadores, que a qualidade da água local não está relacionada ao aumento dos casos de hepatite A.
O requerimento para prestação de esclarecimentos sobre a qualidade da água da cidade foi solicitado em 8 de maio pelo vereador Fernando Dini (PP), que em sessão na mesma data apresentou notícias de que houve um aumento de 855% dos casos de hepatite A em Sorocaba no primeiro quadrimestre de 2025 em comparação com o mesmo período do ano passado.
Ainda na ocasião, o vereador afirmou em requerimento que a Secretaria Municipal de Saúde informou que, constatado epidemiologicamente o aumento dos casos da doença, executaria o protocolo de investigação técnica para melhor compreensão do cenário, das pessoas acometidas, das possíveis formas de transmissão envolvidas e, consequentemente de fontes de infecção.
Em comunicado enviado à Folha a prefeitura disse ainda estar realizando campanha informativa de prevenção da doença.
Questionada sobre o aumento de casos de hepatite A em demais regiões do estado de São Paulo, a SES (Secretaria de Estado da Saúde), por meio do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado de São Paulo, informa que monitora e acompanha o cenário epidemiológico de hepatite A no município de Sorocaba, realizando reuniões periódicas com a equipe de vigilância da cidade para acompanhar os casos da doença.
“O CVE destaca que o município foi orientado para reforçar a intensificação e a importância da vacinação para a vacinação de crianças aos 15 meses de idade até 5 anos incompletos —4 anos, 11 meses e 29 dias. Neste ano, foram confirmados 119 casos de hepatite A no município de Sorocaba, até esta sexta-feira (16).”, afirmou em nota.
A principal forma de transmissão da hepatite A é a partir do contato de fezes com a boca. A doença está relacionada, na maior parte dos casos, com alimentos e água contaminados. Baixos níveis de saneamento básico e contato sexual também podem facilitar a propagação da doença.
Fadiga, mal-estar, febre e dor muscular estão entre os principais sintomas de hepatite A, que podem ser seguidos de outros sinais como enjoos, vômitos, dores abdominais e diarreia. Os sintomas podem aparecer até 50 dias após a infecção e duram menos de dois meses, segundo o Ministério da Saúde.
No SUS (Sistema Único de Saúde), a vacina contra a hepatite A faz parte do calendário de vacinação infantil e está disponível para crianças a partir dos 12 meses até os 5 anos de idade em dose única.