Os Estados Unidos aprovaram o uso do primeiro exame de sangue para detectar o Alzheimer, uma medida que pode ajudar os pacientes a iniciar o tratamento mais cedo com medicamentos recentemente aprovados que retardam a progressão da doença neurológica.
O teste, desenvolvido pela multinacional japonesa Fujirebio Diagnostics, mede a proporção de duas proteínas no sangue. Esta proporção se correlaciona com as placas amiloides no cérebro, uma característica distintiva do Alzheimer que até agora só podia ser detectada por exames especiais de imagem ou pela análise do líquido cefalorraquidiano.
“O Alzheimer afeta muitas pessoas, mais do que o câncer de mama e o câncer de próstata juntos”, destacou Marty Makary, comissário da FDA (agência reguladora federal dos Estados Unidos).
Segundo Makary, “sabendo que 10% das pessoas com mais de 65 anos sofrem de Alzheimer, e espera-se que até 2050 esse número duplique, tenho a esperança de que novos produtos médicos como este ajudem os pacientes”.
Atualmente, há dois tratamentos aprovados pela FDA para o Alzheimer —os medicamentos lecanemab e donanemab, que atuam sobre a placa amilóide e demonstraram atrasar o declínio cognitivo, embora não curem a doença.
Os defensores das terapias com anticorpos intravenosos, incluindo muitos neurologistas, argumentam que esses tratamentos podem oferecer aos pacientes alguns meses adicionais de independência e que possivelmente sejam mais eficazes se iniciados em estágios iniciais do Alzheimer.