Página Inicial Saúde Médica é presa suspeita ao se passar por nutróloga em GO – 22/05/2025 – Equilíbrio e Saúde

Médica é presa suspeita ao se passar por nutróloga em GO – 22/05/2025 – Equilíbrio e Saúde

Publicado pela Redação

A Polícia Civil de Goiás prendeu, na última terça-feira (20), a médica Bianca Borges Butterby em flagrante, sob a suspeita de se passar por nutróloga e aplicar medicamentos para emagrecimento em pacientes sem autorização legal. Ela foi autuada por exercício ilegal da profissão e propaganda enganosa.

Segundo as investigações, a clínica, localizada na cidade de Goiânia, não tinha alvará da Vigilância Sanitária e havia uma academia clandestina no espaço. Eram vendidos pacotes de emagrecimento rápido, com uso do Mounjaro, com valor em média de R$ 6.000.

À Folha, o delegado Humberto Teófilo informou que foram encontrados fitoterápicos receitados para a própria médica por uma clínica de São Paulo, os quais eram repassados aos pacientes dela.

A denúncia foi feita por um desses pacientes, que sentiu os efeitos colaterais de uma das aplicações para emagrecimento e descobriu que Butterby não tinha a especialização para fazê-lo.

O advogado Darô Fernandes, responsável pela defesa da médica, informou que a prisão é considerada “ilegal, arbitrária e desprovida de qualquer fundamento jurídico concreto”. Ela teve a prisão em flagrante convertida para liberdade provisória mediante pagamento de fiança.

Segundo o advogado, o valor arbitrado foi de R$ 250 mil, o que foi considerado pela defesa um valor “exorbitante” e “fixado sem qualquer critério objetivo”.

“É grave, ainda, o fato de que a médica, portadora de condição de saúde delicada, teve medicamentos de uso pessoal indevidamente retirados durante a condução policial. Atualmente, encontra-se internada no Instituto de Neurologia de Goiânia, em razão do agravamento de seu quadro clínico”, afirmou, por meio de nota.

O Cremego (Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás) afirma que a médica está regularmente inscrita no Conselho e exerce a atividade médica de forma legal, em clínica igualmente regularizada. A categoria também acrescentou que não há tipificação legal para a prisão da médica nesses termos e que um suposto exercício ilegal da medicina não se sustenta.

“Trata-se de uma injustiça, que agride não apenas a profissional, mas também a própria medicina goiana. Por isso, repudiamos a forma arbitrária e midiática com que o caso foi conduzido, e já entramos em contato com a Polícia Civil solicitando que corrija o grave abuso cometido com a prisão da profissional, que inclusive teve suas medicações retiradas, mesmo estando em condição de saúde delicada”, reiterou o conselho.

De acordo com o delegado Humberto Teófilo, a operação que prendeu a médica foi articulada pela Central de Flagrantes de Goiânia, com o apoio da Vigilância Sanitária e do Conselho Regional de Educação Física.

“Ela vendia de forma indiscriminada [produtos que eram receitados à própria médica] e fazia essa administração, injetando as substâncias nas vítimas que tinham o intuito de emagrecer. Apreendemos diversas documentações de pacientes que foram consultadas e as próprias redes sociais dela destacam essa falsa especialização dela em nutrologia”, afirma.

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