Página Inicial Negócios IOF: 'puxadinho', 'sinal de fraqueza' e 'prato cheio' para oposição, dizem analistas sobre recuo do governo

IOF: 'puxadinho', 'sinal de fraqueza' e 'prato cheio' para oposição, dizem analistas sobre recuo do governo

Publicado pela Redação


Horas após anúncio, governo desistiu de elevar imposto nas aplicações de fundos nacionais no exterior.
Para economistas, episódio reflete governo que tem medidas econômicas frágeis. Haddad e Tebet
Diogo Zacarias/MF
“A quinta-feira ainda não acabou”. A frase é dita por dez entre dez economistas, ao tratar sobre o recuo do governo no aumento do IOF sobre aplicações de fundos nacionais no exterior.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já abriu esta sexta-feira (23) se explicando sobre o episódio – visto por analistas como uma exposição de fragilidade das medidas econômicas.
O ministro disse que o governo não tem problema em corrigir rota das suas decisões. E afirmou que a medida foi alterada depois do alerta de agentes do mercado financeiro, pois poderia “passar uma mensagem que não era a desejada” pelo governo.
Alta do IOF: Haddad diz que não tem problema em corrigir rota
Ao contrário da informação de que as medidas foram negociadas ou conversadas com o Banco Central, o blog apurou que:
o BC nunca esteve nas tratativas
os integrantes da autoridade monetária são contrários a mudanças no IOF sobre aplicações de fundos no exterior – das quais o governo desistiu
ninguém na Esplanada dos Ministérios – apesar de agentes que saíram em defesa do governo – acredita que será possível passar por esse episódio sem enorme desgaste
“Foi um puxadinho”, resumiu o economista André Perfeito. Ele explicou que a correção horas depois passa uma imagem de falta de credibilidade.
A economista Carla Beni disse ao blog que o recuo transmite “coisas muito ruins”.
“A leitura é que o governo aumentou imposto e depois não segurou a pressão. Sob a ótica da comunicação é péssimo, demonstra fraqueza e suscetibilidade a pressões”, disse Carla ao blog.
Os dois economistas entendem que essa instabilidade pode alimentar ações da oposição com o objetivo de desgastar o governo.
“É um prato cheio para a oposição, economia e política num caso desse são indissociáveis”, disse André Perfeito ao Conexão Globonews.
“O recuo foi inenarrável, quando eu vi o recuo depois do anúncio… Isso descredibiliza tudo”, concluiu Carla Beni.

Você também pode gostar

Deixe seu Comentário