A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, participou, na quarta-feira (16), de uma agenda na Semana dos Povos Indígenas em Belém. O evento fez parte de uma das etapas do Ciclo COParente, iniciativa que tem como objetivo preparar lideranças indígenas de todo o país para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada na capital paraense, em novembro deste ano.
A ministra compartilhou nas redes sociais a importância da presença indígena no evento e reafirmou o compromisso do governo federal com uma participação histórica.
“Queremos construir a COP com a maior e melhor participação indígena da história. Para isso, estamos impulsionando debates e ciclos formativos para parentes de todo o país, e hoje eu tive a honra de estar no Ciclo COParente em Belém”, escreveu.
Durante a atividade, que reuniu lideranças, jovens e representantes de organizações indígenas da Amazônia e de outras regiões, a ministra reforçou que o ciclo de formações é essencial para garantir representatividade qualificada nos debates internacionais sobre meio ambiente e clima.
“O ciclo é uma oportunidade de preparação dos povos indígenas para o evento. Tanto para explicarmos sobre a estrutura, espaços que acontecem e prioridades, quanto para dialogarmos coletivamente sobre a mensagem que levaremos ao mundo”, acrescentou.
A COP30 marcará a primeira vez que o Brasil sediará a conferência em uma capital amazônica.
Segundo Guajajara, as contribuições indígenas são urgentes e indispensáveis. “Não há mais tempo a perder, e os povos indígenas têm soluções para apresentar aos líderes globais!”, afirmou.
Demandas indígenas
Durante os três dias de programação, a Semana dos Povos Indígenas focou não apenas na participação dos povos originários na COP30, mas também em algumas demandas das comunidades, como a educação e demarcação de terras.
O evento contou com a participação de mais de 400 indígenas de 21 etnias, que juntos entregaram uma carta às autoridades presentes solicitando apoio logístico — como alimentação e hospedagem — para garantir a participação dos povos indígenas nas atividades da COP30.
Durante os debates, foram abordados temas como a importância da representatividade indígena nos espaços de decisão e a necessidade de políticas públicas que garantam o acesso à educação de qualidade nas comunidades indígenas.
O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), presente no evento, afirmou: “Nós faremos uma seleção de indígenas que participarão da COP30. Vamos dar todo o suporte para que todos sejam bem recebidos, para que tenhamos uma ampla participação na Conferência.”
O evento também incluiu oficinas, oferta de serviços de saúde, cidadania, apresentações culturais, rodas de conversa e feira de artesanato como forma de valorizar o setor econômico das comunidades.