Página Inicial Saúde Alzheimer é novo jeito de dar e receber afeto, diz autora – 26/05/2025 – Equilíbrio

Alzheimer é novo jeito de dar e receber afeto, diz autora – 26/05/2025 – Equilíbrio

Publicado pela Redação

Se você conhece alguém que tem Alzheimer, sabe como a doença pode ser difícil não só para o paciente, mas para todos ao redor. Noites sem dormir, lidar com a agressividade e a confusão, além da angústia de sentir como a pessoa que você tanto ama está diferente.

Por essas questões, pode ser controverso ouvir que o Alzheimer pode ser também bom. Mas foi para esse lado que a autora de “O Bom do Alzheimer”, Claudia Alves, escolheu olhar nos últimos 15 anos em que tem convivido com a doença de sua mãe.

Para ela, qualquer acontecimento ruim —como uma doença degenerativa— traz um aprendizado. “Crescer dói, a vida adulta é dolorida. Nós estamos nesse mundo para aprender”, relata, ao contar como o diagnóstico da mãe foi importante para que a relação entre as duas fosse ressignificada.

Com 362 mil inscritos no YouTube e 1,2 milhões de seguidores no Instagram, Claudia resolveu trazer a sua história agora também para as páginas de um livro. Nele, ela alterna entre contar o processo do diagnóstico de sua mãe até os dias de hoje, com passagens da vida de Francisca e de sua própria infância.

“Fazer esse livro mexeu em feridas e traumas. Coisas que eu achei que não doíam mais, que eu achei que já estavam apagadas. Mas expor isso me aliviou”, conta.

Ela, que cresceu conhecendo um lar mais duro e sofreu com a perda de um irmão e de um pai, viu no diagnóstico um novo jeito de dar e receber o afeto maternal. “O Alzheimer veio para ressignificar a minha relação com ela. Mas também mudou a minha relação com a minha filha, mudou a relação do meu marido com a mãe dele.”

Além de notar a própria superação, Claudia diz ver todos os dias o impacto na vida de pessoas que acompanham sua história. Ela, que é também gerontóloga e pedagoga, afirma que muitos chegam às suas redes com a angústia de estarem acompanhando a doença de seus familiares. Dessa forma, os ajuda a compreender as fases da doença.

Antes disso, Claudia havia aberto mão de seu emprego para se dedicar exclusivamente aos cuidados da mãe, e fazia trabalhos esporádicos como dar aulas particulares e fazer bolos. Com o tempo e o suporte da família, começou a ter aulas na faculdade à noite e a se dedicar profissionalmente à redes sociais.

A aceitação do Alzheimer foi fundamental para que ela tenha mudado. Contar a sua história curou suas feridas e, apesar de entender que nem todas as jornadas são iguais, quis mostrar que é possível.

“Cada um tem seu tempo e a sua dor. Não tem como medir sofrimentos, nunca foi sobre isso. É sobre mostrar como eu consegui e quem estiver disposto, pode tentar.”

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