No entanto, ainda pairam muitas incertezas, incluindo o fato de que será uma trajetória de reentrada longa e superficial, e que não se pode descartar que ela se fragmente ou desintegre extensivamente ao passar pela atmosfera da Terra, disse em seu site Marco Langbroek, astrônomo da Universidade de Delft, na Alemanha.
A sonda tem uma capa protetora semiglobular de titânio, “uma espécie de cubo metálico, projetada para sobreviver à passagem pela atmosfera de Vênus”, e estava equipada com paraquedas para diminuir sua velocidade, embora Langbroek duvide que o sistema de implantação de paraquedas ainda funcione mais de meio século depois.
Por se tratar de uma reentrada descontrolada, atualmente é impossível dizer ao certo quando e onde ela ocorrerá. A incerteza diminuirá à medida que se aproxima a data prevista, “mas mesmo no próprio dia, ainda haverá incertezas significativas”, acrescentou.
Conforme Langbroek escreveu nas redes sociais, a data mais provável é 10 de maio, com uma margem de erro de 1,5 dia antes ou depois, mas, dadas as incertezas, a previsão “é melhor expressa como uma janela de reentrada de vários dias, entre 9 e 13 de maio, em vez de apontar um dia específico”.
Os riscos “não são particularmente altos, mas também não são nulos”, com uma massa de pouco menos de 500 quilos e um comprimento de 1 metro, seria algo semelhante ao “impacto de um meteorito”, afirmou em seu site o astrônomo, que há anos acompanha o caso da sonda soviética.
Viagem fracassada ao planeta Vênus
A Cosmos 482 fazia parte do projeto Venere, com o qual a extinta União Soviética lançou várias sondas para estudar o planeta, disse a Nasa.