Página Inicial Saúde Arlindo Cruz: entenda sequelas do AVC hemorrágico – 16/07/2025 – Equilíbrio e Saúde

Arlindo Cruz: entenda sequelas do AVC hemorrágico – 16/07/2025 – Equilíbrio e Saúde

Publicado pela Redação

O sambista Arlindo Cruz sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) em 2017 e, desde então, apresenta uma condição de saúde delicada devido às sequelas. A família afirma que o cantor desenvolveu uma doença autoimune e depende de equipamentos médicos para funções vitais: alimenta-se por meio de gastrostomia (sonda diretamente no estômago) e respira através de traqueostomia (abertura cirúrgica na traqueia).

Na recém-lançada biografia “Um Sambista Perfeito”, Babi, esposa de Arlindo Cruz, afirma que ele já não responde a estímulos. “Tivemos momentos lindos dele segurando copo, segurando biscoito… Hoje não temos mais isso do Arlindo. Hoje ele está bem dentro do mundinho dele, do universo dele. Bem distante. Tem uma parte clínica bem equilibrada, mas uma parte neurológica que deixa a gente de pés e mãos atados”, afirmou.

Nesta quarta-feira (16), os filhos do sambista, Flora Cruz e Arlindinho, publicaram mensagem nos stories de seus perfis no Instagram dizendo que o pai continua internado, estável e sendo atendido por toda equipe médica. “Arlindo segue vivo”, escreveram.

Segundo os filhos, matérias foram publicadas na imprensa com inverdades, contendo esse trecho do livro. “Muitas falas são baseadas em trechos que dizem respeito de momentos passados, que estão contidos na sua biografia ‘O Sambista Perfeito’“, disse Flora.

O tipo de AVC que Arlindo sofreu foi o hemorrágico. Nessa modalidade, o vaso sanguíneo fica dilatado e se rompe, provocando sangramento no cérebro. O AVC isquêmico, por outro lado, caracteriza-se pelo entupimento de um vaso sanguíneo, uma artéria que não consegue mais levar sangue para uma região do cérebro.

O hemorrágico, na maioria dos casos, acontece por hipertensão arterial não controlada. “Isso acarreta fragilidade na parede de vasos arterial e ruptura desse vaso com extravasamento de sangue, vasos de fino calibre”, explica Felipe Aydar Sandoval, neurologista do Hospital Sírio-Libanês. Outros fatores de risco para o AVC são o tabagismo e a pressão alta.

Sintomas e manifestações

Os sintomas dependem do tamanho e da localização onde ocorreu o AVC. Pode afetar a área motora, causando paralisia em parte do corpo, ou a área linguística, ocasionando dificuldades para falar ou escrever.

Entre os sintomas estão aqueles também presentes no AVC isquêmico: perda repentina da força muscular, redução ou perda da visão, dificuldades para falar, tontura, formigamento em um dos lados do corpo e alterações da memória. Além disso, o AVC hemorrágico causa náuseas e vômito, inchaço cerebral, aumento da pressão intracraniana, dor de cabeça repentina e muito intensa. Um AVC profundo pode fazer com que a pessoa entre em coma e até venha a óbito.

Para diferenciar os dois tipos é preciso realizar um exame de tomografia computadorizada, pois ambos têm sintomas semelhantes.

Sequelas e consequências

As sequelas também variam de caso a caso e podem ser cognitivas e físicas, comprometendo principalmente aspectos motores e linguísticos. Entre elas estão alterações na fala, dificuldades para se locomover, fraqueza e espasticidade —aumento do tônus muscular, que pode ser doloroso e acarretar em dificuldade para realizar tarefas como se trocar.

“Dependendo do tamanho, da extensão, da relação do AVC com a área motora, a pessoa pode ficar com sequelas de movimento pelo resto da vida”, diz Felippe Saad, neurocirurgião e coordenador de neurologia e neurocirurgia do Hospital Albert Sabin (HAS/SP).

O médico explica que, se o hematoma for muito profundo e a pessoa permanecer em coma, como no caso de Arlindo Cruz, ela fica com lesões graves em muitas estruturas cerebrais. Assim, o paciente perde controle sobre si próprio, sobre a própria respiração e controle da saliva, necessitando usar traqueostomia e gastrostomia. A sequela, muitas vezes, é permanente. “Tudo vai depender do tamanho e do local da lesão”, diz.

Além disso, no AVC hemorrágico o tratamento é eminentemente cirúrgico. As exceções são quando ele é muito pequeno ou em localizações muito específicas em que não se opera.

O AVC é a principal causa de morte cardiovascular no Brasil e a segunda do mundo. Um estudo publicado na revista científica The Lancet Neurology mostrou que metade de toda a incapacidade e vidas perdidas por AVC globalmente em 2021 foram resultado de AVC hemorrágicos —a forma mais letal, principalmente devido à pressão alta— apesar de serem cerca de metade tão comuns quanto os AVC isquêmicos.

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