O Secretário de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, Robert F. Kennedy Jr., chamou a OMS (Organização Mundial da Saúde) de “moribunda” em um vídeo exibido para autoridades de saúde globais reunidas nesta terça-feira (20) para a assembleia anual do órgão em Genebra (Suíça).
O maior doador da agência da ONU, os Estados Unidos, anunciou sua retirada da OMS no primeiro dia da presidência de Donald Trump, deixando a organização com um enorme déficit orçamentário que ela busca resolver por meio de reformas discutidas nesta assembleia.
“Peço aos ministros da saúde do mundo e à OMS que encarem nossa retirada da organização como um alerta”, disse ele em um vídeo gravado na Fox News e depois transmitido para a assembleia.
“Já entramos em contato com países com ideias semelhantes e incentivamos outros a considerarem se unir a nós”, afirmou.
Seu discurso não provocou uma resposta imediata da assembleia. Diplomatas e ministros assistiram à fala em silêncio.
Trump acusou a OMS de má gestão da Covid e de estar muito próxima da China —acusações que a organização nega.
Kennedy é advogado ambientalista e há muito tempo semeia dúvidas sobre a segurança e eficácia de vacinas que ajudaram a conter doenças e prevenir milhões de mortes ao longo das décadas, além de ter enfrentado parlamentares norte-americanos na semana passada durante uma audiência interrompida por manifestantes.
Em seus comentários à OMS, Kennedy a descreveu como “presa a um inchaço burocrático, paradigmas enraizados, conflitos de interesse e política de poder internacional”.
“Não precisamos aceitar os limites de uma OMS moribunda –vamos criar novas instituições ou revisitar instituições existentes que sejam enxutas, eficientes, transparentes e responsáveis”, disse ele.
Os comentários de Kennedy foram transmitidos poucas horas depois de os países membros adotarem, nesta terça, um acordo para melhor se prepararem para futuras pandemias.
Kennedy afirmou que o acordo “consolidaria todas as disfunções da resposta da OMS à pandemia”.