Página Inicial Saúde Câncer colorretal deve crescer 75% na América do Sul – 21/07/2025 – Equilíbrio e Saúde

Câncer colorretal deve crescer 75% na América do Sul – 21/07/2025 – Equilíbrio e Saúde

Publicado pela Redação

O câncer colorretal deve crescer nos próximos anos, inclusive entre pessoas com menos de 50 anos. Segundo dados da IARC (Agência Internacional para Pesquisa em Câncer), a América do Sul deve registrar um aumento de 75,7% nos casos até 2045, saltando de 112.317 para 197.387 novos diagnósticos.

No Brasil, as estimativas do Inca (Instituto Nacional de Câncer) para o triênio 2023-2025 já indicavam aproximadamente 45.630 novos casos anuais de câncer colorretal, o que representa 20,78 casos por 100 mil homens e 21,41 por 100 mil mulheres. A distribuição por gênero mostra 21.970 casos em homens e 23.660 em mulheres. As informações são do levantamento mais recente do instituto.

A cantora Preta Gil, que morreu no domingo (20) aos 50 anos, recebeu um diagnóstico de câncer colorretal em janeiro de 2023 e lutava contra a doença desde então. A artista fazia um tratamento experimental nos Estados Unidos e, segundo informação publicada nas redes sociais do cantor Gilberto Gil, pai de Preta, ela morreu em Nova York.

Entre os tipos de câncer mais frequentes no país, o câncer colorretal ocupa a terceira posição entre os homens, atrás do câncer de próstata e de pulmão, e a segunda entre as mulheres, superado pelo câncer de mama, segundo o Inca.

Os médicos citam que de acordo com os dados epidemiológicos, não há diferença estatisticamente significativa entre os sexos, embora o Brasil registre ligeiramente mais casos em mulheres. Isso pode estar ligado à maior expectativa de vida feminina e ao fato de que mulheres costumam cuidar mais da saúde do que os homens.

Fatores de risco

Especialistas em oncologia apontam o estilo de vida como uma das principais causas do aumento projetado. Segundo os médicos Virgílio Souza, oncologista e vice-líder do Centro de Referência de Tumores Colorretais do A.C. Camargo Cancer Center, e Túlio Pfiffer, especialista em oncologia clínica do Hospital Sírio-Libanês, os principais fatores de risco incluem obesidade, sedentarismo, tabagismo e alimentação pouco saudável, com excesso de carne vermelha.

Pfiffer afirma que “estudos recentes apontam que a incidência da doença em pessoas com menos de 50 anos mais que dobrou na Europa e nos EUA na última década, saindo de um padrão tradicionalmente associado a indivíduos acima dos 50 anos”. Na América Latina, há um tendência similar, o que afeta o Brasil.

“Cerca de 15% dos tumores colorretais têm predisposição genética, enquanto os outros 85% estão associados ao estilo de vida”, explica Túlio Pfiffer. “Lembrando que pacientes com predisposição hereditária precisam de vigilância mais intensa.”

O rastreamento é recomendado principalmente devido ao aumento da incidência em populações mais jovens. “Atualmente, a orientação é que todos iniciem o rastreamento a partir dos 45 anos. O método mais eficaz para isso é a colonoscopia, pois permite avaliar todo o intestino grosso, incluindo cólon e reto, e detectar a presença dessas lesões precursoras (pólipos) que podem evoluir para câncer”, explica Souza.

“Com o diagnóstico precoce, temos uma chance superior a 90% de cura da doença. Então, conscientizar a população sobre os hábitos, os fatores de risco e também sobre a importância de um exame que pode prevenir ou diagnosticar precocemente é fundamental”, completa.

Quais são os sintomas?

O médico Túlio Pfiffer afirma que é uma doença inicialmente silenciosa, assintomática, mas que a partir de determinado momento pode causar alterações no trânsito intestinal.

“Pacientes com sintomas como sangue nas fezes, alteração persistente do hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre), dor abdominal recorrente, perda de peso inexplicável ou sensação de empachamento devem procurar avaliação médica imediata. Esses sinais podem indicar câncer colorretal ou outras condições, e a colonoscopia deve ser antecipada para investigação, independentemente da idade”, explica Virgílio Souza.

Como funciona o tratamento?

O tratamento do câncer colorretal é personalizado para cada paciente e leva em conta vários aspectos, como onde o tumor está localizado, o quanto ele já se desenvolveu e o estado geral de saúde da pessoa. Tudo começa com uma série de exames, como tomografias e testes de sangue, para entender exatamente como está a doença.

“Opções terapêuticas que evoluíram significativamente, incluindo cirurgias menos invasivas e terapias sistêmicas mais direcionadas às características moleculares do tumor”, explica Souza.

O tratamento geralmente envolve cirurgia, que pode ser curativa nos estágios iniciais, podendo ser complementada com quimioterapia. “A necessidade de colostomia depende principalmente da localização do tumor, e muitos pacientes não precisarão passar por esse procedimento”, completa o médico.

Qual o câncer mais mortal no Brasil?

O câncer de traqueia, brônquios e pulmão é o de maior mortalidade no Brasil, com 28.618 óbitos registrados em 2020 (16.009 em homens e 12.609 em mulheres), segundo dados do SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade) e do Inca.

O câncer colorretal aparece como o terceiro mais letal. Entre os tipos específicos, o câncer de mama é o mais mortal entre mulheres (17.825 óbitos) e o de próstata entre os homens (15.841). Em seguida aparecem os cânceres de estômago (13.850), pâncreas (11.893), fígado (10.764) e sistema nervoso central (9.355).

Você também pode gostar

Deixe seu Comentário