O estudo é o mais abrangente já feito. A equipe analisou 76 milhões de imagens do céu captadas por uma estação protótipo do SKA (Square Kilometre Array), que será o maior e mais sensível radiotelescópio do mundo até o fim da década.
Os dados impressionam. Foram detectadas mais de 112 mil emissões de rádio de 1.806 satélites da Starlink — o registro mais completo desse tipo de interferência em frequências baixas já realizado.
A interferência é constante e imprevisível. Segundo Dylan Grigg, doutorando e autor principal do estudo, só durante os quatro meses de coleta de dados, a Starlink lançou 477 novos satélites. Em alguns momentos, até 30% das imagens estavam contaminadas por sinais da “constelação de satélites”.
O problema vai além da quantidade de equipamentos. Grigg destaca que o mais alarmante são as frequências em que os sinais aparecem. Emissões foram detectadas em faixas que deveriam ser protegidas, algo que compromete diretamente a radioastronomia.
Alguns satélites foram detectados emitindo em faixas onde nenhum sinal deveria estar presente, como os 703 satélites que identificamos em 150,8 MHz, que deveriam ser protegidos para radioastronomia. Dylan Grigg