Morreu neste domingo (20), aos 50 anos, a cantora Preta Gil. Ela recebeu um diagnóstico de câncer colorretal em janeiro de 2023 e lutava contra a doença desde então. Este tipo de câncer abrange tumores que se iniciam em parte do intestino grosso (cólon) e na porção final do intestino (reto).
Cada vez mais frequente em adultos jovens, é o terceiro mais comum entre os brasileiros —atrás do câncer de pele e o de mama—, segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), com alta taxa de incidência também em todo o mundo.
O diagnóstico principal acontece por meio do exame de colonoscopia. Segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), ele é indicado quando há presença de sintomas ou como forma de prevenção, a partir dos 50 anos.
Sintomas do câncer de intestino
O tumor colorretal se desenvolve em pólipos (crescimento anormal de tecidos em regiões como o intestino) que, inicialmente, são considerados benignos.
Tumores de intestino geralmente crescem de forma silenciosa. Os sintomas só aparecem quando estão mais desenvolvidos. É recomendado consultar um médico especialista sempre que apresentar:
• sangramento ao defecar ou sangue nas fezes;
• mudanças no ritmo de funcionamento intestinal (diarreia e constipação alternados), vontade frequente de ir ao banheiro, sensação de gases ou distensão;
• dor ou desconforto abdominal ou anal;
• fraqueza, anemia e perda de peso sem causa aparente.
Exames de diagnóstico e prevenção
Se apresentar sintomas, ao procurar um médico proctologista, é provável que o profissional realize um exame no próprio consultório. Este exame consiste no toque retal combinado à retoscopia.
“Se o tumor for grande, é possível detectar clinicamente, apalpando do indivíduo”, diz Fábio Campos, membro titular e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Coloproctologia e professor da Faculdade de Medicina da USP.
“Em seguida, se faz uma biópsia ou uma retoscopia (exame endoscópico do reto) ainda no consultório”, completa Campos.
A pesquisa de sangue oculto é um teste laboratorial que verifica a presença de sangue não visível nas fezes. Normalmente é usado em pesquisas de rastreamento de um certo grupo populacional ou em prevenção de pacientes jovens.
Colonoscopia
É o exame em que o médico especialista avalia, através de um equipamento óptico, todo o intestino por dentro. Este exame permite diagnosticar os pólipos, assim como possibilita retirá-los.
O preparo normalmente acontece um dia antes, tomando um líquido que provoca diarreia para limpar o intestino e permitir a sua visualização.
O exame pode ser indicado pelo médico após uma consulta ou pode ser usado como forma de prevenção.
Indicações para colonoscopia
Grupo de risco normal
Segundo a SBP, pessoas que não apresentam sintomas, não são portadores de doença inflamatória ou não possuem histórico familiar devem iniciar o rastreamento a partir dos 50 anos, através de colonoscopia.
“A frequência depende se a colonoscopia identificou algum pólipo ou não. Se não identificar, a pessoa pode repetir depois de 5 anos”, diz Fábio Campos.
Grupos de risco
Pessoas com antecedente pessoal ou familiar de câncer do intestino, ovário, endométrio, mama ou tireoide devem iniciar o rastreamento aos 45 anos (ou 10 anos antes do familiar com doença mais precoce) através de colonoscopia anual.
Pessoas com doença inflamatória intestinal, como retocolite ou doença de Crohn, devem iniciar a colonoscopia ao completar sete anos de tratamento da doença e repetir a cada dois a três anos.