Os dias proféticos aparecem no Livro de Daniel como parte das visões apocalípticas que descrevem o fim dos tempos. Eles são citados em Daniel 7:25 de uma forma cifrada, que requer uma interpretação além do texto bíblico.
Disse assim: O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços. E, quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis. E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues na sua mão, por um tempo, e tempos, e a metade de um tempo.
Daniel 7:23-25
A expressão “tempo, tempos e metade de um tempo” é tradicionalmente interpretada como três anos e meio. No calendário bíblico, que tem 360 dias, a expressão totaliza então 1.260 dias — ou, como Newton interpretou, 1.260 anos.
Essa interpretação se conecta diretamente com outros textos proféticos. Em Apocalipse 12:14, essa mesma expressão aparece: “e a mulher fugiu para o deserto […] por um tempo, tempos e metade de um tempo”. Logo antes, em Apocalipse 12:6, é dito que a mulher permanece no deserto por 1.260 dias, mostrando que os 3 anos e meio equivalem a esse mesmo período, levando em conta o calendário de 360 dias por ano (3,5 × 360 = 1.260).
Outras passagens bíblicas também influenciaram seus cálculos. Newton considerou períodos de 1.290 e 2.300 dias mencionados em Daniel, aplicando o mesmo raciocínio para chegar a outras datas possíveis, como 2132 e 2374. No entanto, 2060 foi a mais próxima e, portanto, a que mais chamou atenção.
Para Newton, o “fim do mundo” significava uma renovação espiritual. Ele não previa uma destruição física do planeta, mas sim o fim de uma era de corrupção e o início de um período de paz sob o reinado de Cristo.