Após fortes resistências do Congresso Nacional ao aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) anunciado na semana passada pela equipe econômica para tentar equilibrar as contas públicas neste ano, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que “sobre muito no cargo”.
Em evento público promovido pela revista Piauí nesta terça-feira (3), ele explicou, porém, que a rejeição do Parlamento ao aumento do IOF acabou sendo favorável para que se busque um ajuste mais estrutural para o ajuste das contas públicas brasileiras, ou seja, de médio e longo prazos.
“Solução estrutural é a melhor possível. Para mim, foi muito bom. Sofro bastante no cargo, mas tenho essas alegrias de olhar uma brecha para encontrar soluções mais estruturadas. Não tem sido fácil para nenhum ministro da Fazenda, mas gosto de onde estou. Sobretudo se conseguirmos chegar na outra margem com uma situação mais estruturada”, afirmou Fernando Haddad.
A elevação do IOF foi proposta, há duas semanas, como uma forma de aumentar a arrecadação federal e garantir o cumprimento das metas em 2025. A medida, no entanto, foi mal recebido tanto pelo mercado quanto pelo Congresso.
Mais cedo, o ministro da Fazenda informou que apresentar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda nesta terça-feira (3) um pacote de medidas para substituir a alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A expectativa é que o anúncio aconteça ainda hoje.
Ele explicou que as propostas foram acordadas com os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, e buscam não apenas promover um ajuste em 2025, mas também no médio e longo prazos.
“Para garantir um ambiente político de qualidade, nós precisamos de reformas estruturais. O Congresso pediu, a Fazenda organizou, apresentou. Obviamente que isso vai depender agora de uma avaliação dos partidos políticos, mas só o fato de termos o aval do presidente das duas Casas já é uma coisa muito significativa”, afirmou Haddad nesta terça.
Com resistências do Congresso à alta do IOF, Haddad diz que 'sofre bastante no cargo', mas que busca 'brecha' para soluções estruturais
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