Página Inicial Saúde Como evitar AVC, demência e depressão – 01/05/2025 – Equilíbrio

Como evitar AVC, demência e depressão – 01/05/2025 – Equilíbrio

Publicado pela Redação

Uma nova pesquisa identificou 17 fatores sobrepostos que afetam seu risco de AVC, demência e depressão tardia, sugerindo que várias mudanças no estilo de vida poderiam simultaneamente reduzir o risco das três condições.

Embora possam parecer não relacionadas, pessoas que têm demência, depressão ou que sofrem um AVC também podem ter uma ou ambas das outras condições, diz Sanjula Singh, investigadora principal do Brain Care Labs do Hospital Geral de Massachusetts e autora principal do estudo. Isso ocorre porque elas podem compartilhar danos subjacentes em pequenos vasos sanguíneos no cérebro, segundo especialistas.

Alguns dos fatores de risco comuns às três doenças cerebrais, como pressão alta e diabetes, parecem causar esse tipo de dano. Pesquisas sugerem que pelo menos 60% dos AVCs, 40% dos casos de demência e 35% dos casos de depressão tardia poderiam ser prevenidos ou retardados controlando os fatores de risco.

“Esses são números impressionantes”, diz Stephanie Collier, diretora de educação na divisão de psiquiatria geriátrica do Hospital McLean em Massachusetts. “Se você realmente conseguir otimizar os aspectos do estilo de vida ou os elementos modificáveis, então terá uma probabilidade muito maior de viver a vida sem alguma incapacidade.”

Frequentemente, os fatores de risco para essas doenças estão interconectados, e abordar um deles —por exemplo, se exercitar mais fazendo caminhadas rotineiras com um amigo— também pode ajudar a lidar com outros, como excesso de peso e isolamento social.

“Se você começar a trabalhar em um deles, muitas vezes está realmente melhorando vários ao mesmo tempo”, diz Singh. “Essa é uma ótima maneira de começar.”

Os fatores que protegem contra doenças cerebrais

O estudo, que analisou dados de 59 meta-análises, identificou seis fatores que reduzem seu risco de doenças cerebrais:

1. Consumo de álcool baixo a moderado. Consumir de uma a três bebidas por dia teve um benefício menor do que consumir menos de uma bebida por dia.

2. Atividade cognitiva, significando envolvimento regular em tarefas mentalmente estimulantes como leitura ou fazer quebra-cabeças

3. Uma dieta rica em vegetais, frutas, laticínios, peixe e nozes

4. Níveis moderados ou altos de atividade física

5. Senso de propósito na vida

7. Um grande círculo social

Os fatores que aumentam seu risco

O estudo também identificou 13 características de saúde e hábitos que tornam você mais propenso a desenvolver demência, AVC ou depressão tardia.

No total, os fatores protetores e prejudiciais somam 19 porque dois deles, dieta e conexões sociais, podem aumentar ou diminuir o risco, dependendo do tipo e qualidade.

1. Pressão alta

2. Índice de massa corporal elevado

3. Açúcar elevado no sangue

4. Colesterol total elevado

5. Sintomas depressivos

6. Uma dieta rica em carne vermelha, bebidas açucaradas, doces e sódio

7. Perda auditiva

8. Doença renal

9. Dor, particularmente formas que interferem em atividades

10. Distúrbios do sono (por exemplo, insônia ou má qualidade do sono) ou períodos de sono superiores a oito horas

11. Histórico de tabagismo

12. Solidão ou isolamento

13. Estresse geral ou eventos estressantes da vida (conforme relatado pelos participantes do estudo)

O estudo analisou apenas fatores de risco ligados a duas ou mais das três condições e não provou que esses fatores de risco causam diretamente as doenças; apenas mostrou uma associação.

Tentar abordar todos esses comportamentos para a saúde cerebral pode parecer difícil. Mas Singh sugeriu tratar a lista como um menu de opções. “Escolha apenas um primeiro fator de risco e depois siga um passo de cada vez”, diz.

Por onde começar

O estudo também identificou quais fatores de risco específicos e hábitos protetores têm um efeito particularmente notável na saúde cerebral. Abordar esses, segundo os médicos, é um ótimo lugar para começar.

1. Baixar sua pressão arterial pode trazer grandes benefícios

O estudo descobriu que a pressão alta foi o maior fator de risco individual para desenvolver qualquer uma das três doenças, em grande parte porque quase triplica o risco de AVC.

Outro novo artigo, publicado na Nature Medicine, oferece mais evidências para esse ponto. Em um ensaio randomizado com 34.000 pacientes na China, os pesquisadores descobriram que pacientes que reduziram significativamente sua pressão arterial tinham 15% menos probabilidade de desenvolver demência do que aqueles que não o fizeram.

Juntos, os resultados sugerem que controlar a pressão arterial pode ter um efeito extraordinário na saúde cerebral. Para fazer isso, você pode começar reduzindo a ingestão de sal, se exercitando mais ou perdendo peso, diz Alison Moore, chefe da divisão de geriatria, gerontologia e cuidados paliativos da Universidade da Califórnia em San Diego.

Mas essas intervenções nem sempre são suficientes, afirma, especialmente à medida que envelhecemos e nossos vasos sanguíneos endurecem. É quando a medicação pode ajudar.

2. Exercite seus músculos físicos e mentais. Há pontos extras se for com amigos

Atividade física moderada e intensa diminuiu substancialmente as chances de AVC e demência, assim como ter um grande círculo social. As meta-análises que foram incluídas definiram esses níveis de maneiras diferentes, mas diretrizes da Associação Americana do Coração descrevem atividades como caminhada e jardinagem como exercícios de intensidade moderada, e corrida e natação são consideradas de intensidade alta.

A atividade cognitiva pareceu ter o maior efeito protetor, reduzindo o risco de demência em cerca de 40%. Mas os pesquisadores observaram que essa descoberta poderia ser, pelo menos em parte, resultado de “causalidade reversa” —quando pessoas que já estão desenvolvendo demência fazem menos atividades cognitivamente exigentes devido aos seus sintomas.

Ainda assim, Collier disse que os dados reafirmam seu conselho aos pacientes para se envolverem em tarefas mentais que podem ser desafiadoras —como ler, fazer quebra-cabeças ou aprender um novo instrumento. Idealmente, diz, você faria essas atividades com outra pessoa, porque a conversa pode ser cognitivamente estimulante e porque você obtém o benefício adicional da interação social.

3. Comece cedo se puder

Collier diz que o momento certo para começar a fazer mudanças no estilo de vida “geralmente não é na idade avançada, mas na meia-idade”. Isso pode prevenir o desenvolvimento de doenças precoces.

Mas tomar medidas para reduzir esses fatores de risco também pode ajudar a prevenir ou retardar a progressão da doença mais tarde na vida. Também pode beneficiar pacientes que têm histórico familiar ou predisposição genética para essas doenças, que “muitas vezes sentem que é seu destino inevitável”, diz Singh. Mas “há coisas que eles podem fazer —todos nós podemos fazer— para cuidar melhor de seus cérebros”.

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