Página Inicial Tecnologia Como IA fez sambista gravar álbum, mesmo sem poder falar há 20 anos

Como IA fez sambista gravar álbum, mesmo sem poder falar há 20 anos

Publicado pela Redação

Fazer o Cleber “cantar” envolveu desafios, pois não tinha muitos exemplos. Segundo Tony, a maioria das gravações em que tinha a voz do Cleber eram em álbuns do Fundo de Quintal, cujos direitos não pertencem à Warner Music. Então, tiveram que dar um jeito para alimentar uma inteligência artificial.

“Começamos a buscar entrevistas na internet e shows solo dele, de quarenta e poucos minutos, para treinar a inteligência artificial”. Tony diz que havia muito pouco material, mas que foi o suficiente para chegar a um bom resultado. O processamento foi feito pela empresa britânica MyVox.

Com a voz artificial, acharam uma pessoa para fazer a voz guia, imitando as nuances e trejeitos do Cleber. O escolhido foi o músico Alexandre Marmita, do Samba do Trabalhador.

Por fim, a voz guia foi “revestida” com a voz do Cleber criada com inteligência artificial. Segundo Tony, Cleber participou ativamente das gravações, inclusive dando sugestões de como sua “voz guia” deveria proceder. Ainda que não tenha cordas vocais, Cleber usa uma laringe eletrônica para se comunicar, colocando um equipamento próximo à garganta para emitir uma voz robótica.

Todas as músicas do álbum são um dueto entre Cleber e artistas convidados. “Desde o começo a ideia era ter essas participações, justamente para dar uma nova roupagem às músicas, para levá-las para um público mais diverso e também por uma segurança tecnológica”, diz Tony.

Cantor Ferrugem ao lado de Cleber Augusto, ex-Fundo de Quintal Imagem: Lyza Oliv/Divulgação

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