Página Inicial Tecnologia Contos de fadas pode ser antídoto para educação conformista e controlada

Contos de fadas pode ser antídoto para educação conformista e controlada

Publicado pela Redação

Muitos criticam essas histórias por supostamente ensinarem, especialmente às mulheres, um ideal de amor romântico e submisso. Mas, quem lê os contos só pelos personagens perde a chance de entender as teorias de transformação. E quem tenta eliminar bruxas ou lobos maus das histórias, por exemplo, ignora que as crianças também carregam a maldade e a agressividade dentro de si.

É justamente o reconhecimento da nossa complexidade e ambiguidade sobre temas morais —inclusive nos nossos filhos— que nos faz lidar melhor quando impulsos hostis e cruéis aparecem. Se somos absolutamente bons, nada nos impede de exercer nossa bondade “purificadora” e “justiceira” sobre os outros.

A importância dos contos de fadas não está tanto na introdução ao universo mágico ou na sua moral civilizatória e pedagógica, mas na ideia de que existem narrativas universais, compartilhadas entre gerações, que atravessam séculos para produzir uma unidade moral.

Há uma herança simbólica nas fábulas de Marie de France (século 12), nos contos barrocos de Perrault, nas reinterpretações românticas dos Irmãos Grimm, nas versões modernistas de Hans Christian Andersen e até nas adaptações edulcoradas da Disney.

Nos mitos dos povos originários, a oralidade traz uma renovação temporal, que ajusta a história aos problemas impostos pela transformação social —como o intercâmbio com outros povos, outas línguas e outros mitos.

Nos contos de fada, a escrita serve para que a burguesia ascendente e letrada expresse diferentes estratégias de individualização.

Você também pode gostar

Deixe seu Comentário