Esse último aspecto representa uma mudança na postura do governo chinês, destaca Guilherme Cintra, diretor de Tecnologia e Inovação da Fundação Lemann. Em entrevista ao Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, Cintra destaca que a ênfase na ética deve ganhar mais corpo nas novas ações chinesas nessa área.
O especialista explica que não se trata mais de apenas ensinar com IA – ou seja, utilizando ferramentas de inteligência artificial – mas ensinar sobre ela. Ele vê a proposta chinesa muito mais centralizada do que o observado em países como Estados Unidos, por exemplo. Ele recorda que na gestão Biden já havia uma ordem executiva projetada para a IA na educação, com um olhar para o uso ético dessas ferramentas.
Quando você vai para o governo Trump, ele lança uma ordem executiva que a primeira coisa que faz é acabar com as ordens executivas do Biden sobre o tema de IA. Ele lança suas próprias ordens e nessa mesma lógica vai lançar uma ordem executiva sobre IA e educação, que é bastante recente
Guilherme Cintra
Essa ordem executiva traz o elemento de descentralização, traz um reforço de parcerias público-privadas e traz um elemento curioso, que é isso estar sendo feito ao mesmo tempo que o Trump basicamente fala que vai acabar com a secretaria de educação do país
Guilherme Cintra
Contudo, o especialista avalia que essas ações têm em seu pano de fundo objetivos maiores. Assim como a China quer ser liderança no segmento, outros países também querem, como é o caso dos Estados Unidos.
Essas discussões todas estão à luz de uma discussão mais ampla da disputa geopolítica em torno da IA, desde proibição de chip até elementos de tarifa, mas mostrando que está claro que educação é importante para esses países como parte de uma estratégia e deveria ser mesmo
Guilherme Cintra