PIB do Brasil pode perder até R$ 175 bilhões com tarifa de 50% de Trump, diz estudo
O dólar abriu a sessão desta terça-feira (29). A guerra comercial imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, continuam a mexer com os mercados financeiros, conforme investidores aguardam novas atualizações sobre as negociações do país com a China e com o Brasil.
Além disso, o mercado também segue na expectativa pela Superquarta — quando tanto o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) quando o Banco Central do Brasil (BC) divulgam suas decisões de juros. As negociações no Ibovespa, principal índice acionário da bolsa, por sua vez, começam às 10h.
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▶️ O tarifaço de Trump continua como um dos principais assuntos do dia. Lá fora, após o anúncio de um acordo com a União Europeia (UE), divulgado no domingo (27), as atenções agora se voltam para as negociações entre os EUA e a China.
Os dois países estão em reunião em Estocolmo nesta semana para tentar encontrar um meio-termo e aliviar as hostilidades tarifárias que já se estendem por meses. A expectativa é que a trégua de taxas entre os dois países seja estendida por mais 90 dias. (Entenda mais abaixo)
▶️ Já por aqui, o Brasil segue sem avanços nas negociações com os EUA. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, afirmou ontem que o governo continua o diálogo com os norte-americanos, mas indicou que já começa a preparar um plano de contingenciamento.
Segundo o blog do Gerson Camarotti, interlocutores do governo afirmaram que o presidente Lula (PT) está disposto a ligar para Trump para tratar o tema, desde que seja atendido. O clima no Planalto, no entanto, é de pessimismo, e a avaliação é que a Casa Branca apenas abra o diálogo após as tarifas entrarem em vigor, em 1º de agosto.
Entenda a dificuldade do governo para negociar tarifaço com os EUA
▶️Na agenda econômica, as atenções ficam voltadas para a Superquarta — principalmente em meio aos temores de que as tarifas de Trump acabem aumentando a inflação e causem um movimento de alta de juros nos EUA e no mundo. As decisões do Fed e do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC estão previstas para esta quarta-feira (30).
Veja abaixo como esses fatores impactam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: +0,52%;
Acumulado do mês: +2,89%;
Acumulado do ano: -9,54%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: -1,04%;
Acumulado do mês: -4,84%;
Acumulado do ano: +9,85%.
Tarifaço segue na mira
Com a proximidade do prazo final de 1º de agosto para o tarifaço anunciado por Donald Trump, as negociações comerciais voltam ao centro das atenções do mercado financeiro nesta semana.
Após o novo acordo entre os EUA e a União Europeia, anunciado no domingo (27), as atenções se voltam para a China. Autoridades dos dois países se encontram em Estocolmo para tentar resolver as disputas comerciais das duas maiores economias do mundo.
Atualmente, a China tem até 12 de agosto para firmar um tratado tarifário duradouro com o governo Trump. O prazo foi definido após acordos preliminares entre Pequim e Washington em maio e junho, que buscavam encerrar semanas de escalada tarifária e disputas envolvendo minerais de terras raras.
A expectativa, agora, é que os dois países concordem em estender a trégua tarifária por mais 90 dias, o que evitaria uma nova escalada das tensões e facilitaria o planejamento de uma possível reunião entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, no segundo semestre.
E o Brasil?
A proximidade da entrada em vigor das tarifas de Trump também eleva a preocupação com a situação do Brasil. As negociações com os EUA não avançaram até o momento, e investidores seguem cautelosos quanto à resposta brasileira.
Na segunda-feira (28), o blog do Valdo Cruz indicou que o acordo entre os EUA e a União Europeia diminui ainda mais o poder de barganha do Brasil e reduz a urgência de um tratado dos europeus com o Mercosul.
Por aqui, o governo continua tentando conversar com os norte-americanos. Na véspera, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, afirmou que o Brasil
Na semana passada, o presidente Lula (PT) desabafou em conversa com interlocutores que não há nenhum canal de negociação direta e fluido com Trump, indicando que existem conversas no nível diplomático, mas elas não chegam à Secretária do Comércio dos EUA e tampouco à Casa Branca.
Na última quinta-feira, assessores presidenciais relataram que Trump sinalizou a intenção de “punir” o Brasil, mesmo sem justificativa econômica clara para aplicar a tarifa mais alta. A avaliação aumentou o pessimismo da equipe de Lula quanto à possibilidade de reversão do tarifaço.
Na sexta-feira, uma comissão de senadores viajou aos EUA na tentativa de abrir um canal de negociação com o governo americano. A iniciativa, porém, é vista com cautela por diplomatas brasileiros e está sendo boicotada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e pelo blogueiro Paulo Figueiredo.
Interlocutores de Lula que estão em Nova York relataram ao blog do Valdo Cruz que o presidente Donald Trump não autorizou sua equipe a abrir diálogo com o Brasil.
Segundo o vice-presidente Geraldo Alckmin, há conversas com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick. No entanto, os negociadores têm ouvido que todas as decisões estão centralizadas na Casa Branca.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Cédulas de dólar
John Guccione/Pexels