Na quarta-feira, a moeda americana fechou em queda de 0,57%, a R$ 5,5381, renovando o menor patamar desde outubro. A bolsa de valores encerrou em alta de 0,51%, aos 137.128 pontos. Dólar
freepik
O dólar inicia o pregão desta quinta-feira (12) com as atenções voltadas para o novo pacote de medidas tributárias publicado pelo governo federal. Além disso, os investidores repercutem o mais recente acordo comercial entre Estados Unidos e China.
Na quarta (11), a moeda americana fechou a sessão em queda de 0,57%, cotada a R$ 5,5381, e renovou o menor patamar desde outubro. O Ibovespa encerrou em alta de 0,51%, aos 137.128 pontos.
▶️ Hoje, as atenções do mercado brasileiro estão voltadas para a medida provisória publicada pelo governo na noite de quarta, que visa substituir o aumento do IOF. O novo pacote traz redução de impostos para empresas e seguros VGBL, mas eleva a tributação sobre apostas esportivas, criptoativos e investimentos isentos, como LCI e LCA.
A medida gerou resistência no Congresso, especialmente entre líderes do Centrão, que prometem barrar a proposta. Diante do impasse político e das dúvidas sobre a compensação fiscal, o mercado reduziu as apostas na manutenção da Selic e passou a ver mais chance de alta na próxima reunião do Copom.
▶️ Os investidores também repercutem o novo acordo Estados Unidos e China, anunciado na quarta-feira (11). Segundo o presidente norte-americano, Donald Trump, o país asiático terá uma alíquota de 55%, enquanto os EUA pagarão 10%. O acordo ainda precisa ser aprovado por Trump e pelo presidente chinês, Xi Jinping.
Trump sinalizou ainda que pode adiar o prazo de 8 de julho para concluir negociações com outros países e que os EUA devem enviar cartas nas próximas semanas detalhando os termos de novos acordos a dezenas de nações — que poderão aceitar ou rejeitar as condições.
LEIA TAMBÉM:
Por que a inflação americana ainda não disparou, mesmo com o tarifaço de Trump
Entenda abaixo como esses fatores impactam o mercado.
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,57%;
Acumulado do mês: -3,15%;
Acumulado do ano: -10,38%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: -0,58%;
Acumulado da semana: +0,75%
Acumulado do mês: +0,07%;
Acumulado do ano: +14%.
EUA x China
Representantes dos Estados Unidos e da China chegaram a um consenso na noite de terça-feira (10) para restaurar a trégua na guerra comercial entre os países, após dois dias de negociações em Londres, na Inglaterra.
Os termos do acordo, no entanto, ainda precisam ser aprovados pelos presidentes Donald Trump e Xi Jinping.
Na quarta (11), Trump divulgou alguns pontos do que ficou decidido: “A China fornecerá, antecipadamente, todos os ímãs e quaisquer terras raras necessárias. Da mesma forma, forneceremos à China o que foi acordado, incluindo estudantes chineses utilizando nossas faculdades e universidades (o que sempre foi algo positivo para mim!).”
“Teremos um total de 55% de tarifas, e a China, 10%”, disse o republicano. Caso confirmado, esse percentual seria maior do que o acordado na trégua em Genebra, no mês passado. À época, as tarifas haviam sido reduzidas para 30%.
Além do acordo com a China, os investidores monitoram a possibilidade de um avanço nas negociações dos EUA com outros países atingidos pelas tarifas.
Trump afirmou nesta quarta que vai enviar cartas nas próximas semanas detalhando os termos de novos acordos a dezenas de nações — que poderão aceitar ou rejeitar as condições.
A situação é acompanhada de perto por investidores preocupados com a possibilidade de uma guerra comercial caótica prejudicar os lucros corporativos e interromper as cadeias de suprimentos nos meses cruciais que antecedem a temporada de compras de fim de ano.
🔎 O mercado entende que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar à desaceleração da maior economia do mundo e até a uma recessão global.
Trump diz que EUA fecharam acordo tarifário com a China
Impasse do IOF
O governo federal publicou nesta quarta-feira (11) um novo pacote de medidas tributárias para substituir o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) decretado em maio.
O novo modelo reduz o imposto sobre empresas e seguros do tipo VGBL e amplia a tributação sobre apostas esportivas (bets), criptoativos e investimentos isentos como Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito Agropecuário (LCA). (saiba mais)
O objetivo é reverter o desgaste político gerado pelo decreto anterior e, ao mesmo tempo, garantir o equilíbrio das contas públicas com novas fontes de arrecadação.
A nova proposta, no entanto, ainda enfrenta forte resistência de líderes do Centrão, que alegam não ter sido consultados e já articulam para barrar a medida provisória.
No domingo (8), ele antecipou algumas das ações que pretende tomar para aumentar a arrecadação dos cofres públicos. Entre elas, estão:
o fim da isenção do Imposto de Renda para títulos de investimento como Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), que vão passar a ter alíquota de 5%;
o aumento de 9% para 15% e 20% da tributação da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para instituições financeiras, o que inclui fintechs;
a alta da taxação das apostas esportivas de 12% para 18%;
a cobrança unificada de IR sobre aplicações financeiras, de 17,5% — atualmente, a taxa varia de 15% a 22,5%, a depender do prazo.
O governo também afirmou que pretende reduzir o gasto tributário em pelo menos 10% e discutir a redução de gastos primários.
Apesar disso, a proposta ainda foi mal recebida pelo mercado. Os analistas avaliam que o governo deveria focar em discutir a eficiência dos gastos públicos e em promover reformas estruturais, em vez de apenas propor novas formas de arrecadação.
O anúncio do decreto sobre a alta do IOF foi divulgado há pouco mais de duas semanas pelo governo, junto com um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no orçamento deste ano. O objetivo seria equilibrar as contas públicas e cumprir a meta fiscal.
No entanto, o mercado reagiu mal à decisão, o que levou o governo a recuar no mesmo dia de parte da medida. Além disso, o Congresso começou a se movimentar para aprovar uma derrubada do decreto presidencial sobre o aumento de imposto, algo inédito nos últimos 25 anos.
O governo, então, buscou os presidentes da Câmara e do Senado para negociar uma proposta alternativa que substitua parte dos ganhos que seriam obtidos com o novo IOF.
Equipe econômica apresenta medidas pra compensar aumento do IOF
*Com informações da agência de notícias Reuters.