Na quinta-feira, a moeda americana fechou em alta de 0,07%, cotada a R$ 5,5421. A bolsa de valores encerrou com ganhos de 0,49%, aos 137.800 pontos. Notas de dólar
Cris Faga/Dragonfly/Estadão Conteúdo
O dólar opera em alta de 0,21% nesta sexta-feira (13), cotado a R$ 5,5538 às 11h19. O Ibovespa caía 0,53% no mesmo horário, aos 137.063 pontos, apesar da alta nas ações da Petrobras, que subiam mais de 2%.
▶️ O mercado repercute os ataques em larga escala que Israel lançou contra o Irã. O conflito desencadeou um sentimento de aversão ao risco, levando os investidores a buscar refúgio em ativos seguros, como o dólar e o ouro.
▶️ Neste contexto, os mercados de ações mundiais despencaram. As ações europeias atingiram seu nível mais baixo em três semanas, enquanto os futuros de ações dos EUA caíam mais de 1% antes da abertura do pregão.
▶️ Os preços do petróleo também foram afetados em meio às tensões e subiam mais de 8% pela manhã. A principal preocupação é se os ataques vão afetar o Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de um quinto do consumo total de petróleo do mundo.
Segundo Paula Zogbi, estrategista-chefe da plataforma de investimentos Nomad, o conflito entre Israel e Irã “é um adicional de volatilidade em um ambiente já incerto”, impactado pelas tensões comerciais, com as tarifas de importação implementadas pelo presidente americano Donald Trump, e pelos temores de desaceleração da atividade econômica global.
Entenda abaixo como esses fatores impactam o mercado.
Após ataque de Israel, Trump pressiona Irã por acordo nuclear com os EUA
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,49%;
Acumulado do mês: -3,08%;
Acumulado do ano: -10,32%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: -0,58%;
Acumulado da semana: +1,25%
Acumulado do mês: +0,56%;
Acumulado do ano: +14,56%.
Israel X Irã
As Forças de Defesa de Israel realizaram um ataque no Irã na madrugada de sexta-feira (13), noite de quinta-feira (12) no horário de Brasília. O bombardeio mirou infraestruturas nucleares iranianas e Teerã prometeu responder ao ataque.
O bombardeio matou o chefe da Guarda Revolucionária do Irã, Hossein Salami, e o chefe das Forças Armadas do país, Mohammad Bagheri. Dois cientistas nucleares também foram mortos.
Mais tarde, Israel afirmou que o Irã lançou mais de 100 drones contra o território israelense. A população foi orientada a permanecer próxima de abrigos e evitar áreas abertas.
E o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pressionou o Irã por um acordo nuclear “antes que não sobre mais nada”.
▶️ O conflito desencadeou um sentimento de aversão ao risco, levando os investidores a buscar refúgio em ativos seguros, como o dólar e o ouro.
As ações europeias atingiram seu nível mais baixo em três semanas. O índice Euro Stoxx 50, que reúne as principais empresas da zona do euro, caía 1,30% pela manhã, caminhando para registrar a quinta sessão no vermelho, sua maior sequência de perdas desde setembro de 2024.
“Não sabemos se isso vai se transformar em uma guerra regional maior, mas supondo que não seja o caso, o foco das ações europeias logo estará em outro lugar novamente”, disse Frank Oland, estrategista-chefe e chefe de estratégia de investimentos do Danske Bank.
Enquanto isso, o ouro XAU= , um porto seguro clássico em tempos de incerteza global, subia 1% para US$ 3.416 a onça, aproximando-se do recorde de US$ 3.500,05 de abril.
Petróleo dispara
Petróleo sobe e bolsas caem com ataques entre Israel e Irã
Os preços do petróleo subiam mais de 8% pela manhã, sendo negociados perto das máximas de vários meses, por causa da preocupação sobre a interrupção do fornecimento do produto.
A Companhia Nacional Iraniana de Refino e Distribuição de Petróleo informou que suas instalações de refino e armazenamento não foram danificadas e seguem operando normalmente.
Mas o principal receio é se os ataques no Irã vão afetar o Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de um quinto do consumo total de petróleo do mundo.
A importante hidrovia já estava correndo risco de impacto devido ao aumento da volatilidade regional, mas não foi afetada até o momento. Também não houve impacto até agora no fluxo de petróleo na região.
No pior cenário, analistas do JPMorgan disseram na quinta-feira que o fechamento do estreito ou uma resposta retaliatória dos principais países produtores de petróleo da região poderia levar os preços a subirem para a faixa de US$ 120-130 o barril, quase o dobro da previsão atual.
“Se não houver esse fechamento, porém, a tendência dos preços do petróleo continua moderada, já que o temor de uma desaceleração econômica (com consequente menor demanda) vem ditando o tom nesse mercado”, pontua Paula Zogbi, da Nomad.
Nesta sexta, o diretor executivo da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol, publicou no X que está “monitorando ativamente o impacto dos confrontos entre Israel e o Irã nos mercados de petróleo” e destacou que “o sistema de segurança petrolífera da AIE tem mais de 1,2 bilhão de barris de estoques de emergência”.
No entanto, o secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) criticou a declaração, dizendo que ela “dispara alarmes falsos e projeta uma sensação de medo no mercado, ao repetir a necessidade desnecessária de potencialmente usar estoques de emergência de petróleo”.
“Avaliações semelhantes feitas em casos anteriores, mais recentemente em 2022, contribuíram para uma maior volatilidade do mercado e levaram a liberações prematuras de estoques que, em última análise, se mostraram desnecessárias”, afirmou Haitham Al Ghais.
O aumento de US$ 10 por barril nos últimos três dias ainda não reflete qualquer queda na produção de petróleo iraniana, tampouco uma escalada que envolva interrupções no fluxo de energia pelo Estreito de Ormuz, afirmou o analista do Barclays, Amarpreet Singh, em nota.
“A questão principal agora é se essa alta do petróleo durará mais do que o fim de semana ou uma semana. Nosso sinal é que há uma probabilidade menor de uma guerra total, e a alta do preço do petróleo provavelmente encontrará resistência”, disse Janiv Shah, analista da Rystad.