Na sexta-feira, a moeda norte-americana fechou em leve alta de 0,01%, cotada a R$ 5,5427. A bolsa de valores encerrou com uma queda de 0,43%, aos 137.213 pontos. Notas de dólar
Reuters
O dólar opera em queda de 0,42% nesta segunda-feira (16), cotado a R$ 5,5195 às 9h40. O Ibovespa só começa a operar após as 10h.
▶️ Os investidores seguem monitorando a escalada do conflito entre Israel e Irã, mas agora com um tom mais cauteloso do que alarmado. O confronto chegou ao quarto dia nesta segunda, sem previsão de cessar-fogo, e com um balanço de mais de 200 mortes no Irã e 22 em Israel, incluindo crianças.
Na semana passada, a escalada das tensões no Oriente Médio fez os preços do petróleo dispararem mais de 8%, por causa da preocupação sobre a interrupção do fornecimento do produto.
Neste contexto, as ações da Petrobras subiram mais de 2%, na contramão do Ibovespa, que encerrou em queda, assim como grande parte dos mercados mundiais, diante da maior aversão ao risco dos investidores por causa do confronto.
▶️ Nesta semana, o confronto Israel-Irã divide as atenções do mercado com a “Superquarta”, quando o Banco Central do Brasil (BC) e o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, vão definir as taxas de juros dos países. (leia mais abaixo)
▶️ Além disso, por aqui, o mercado também está de olho no Congresso. A Câmara dos Deputados deve votar nesta segunda um pedido de urgência para apreciar o projeto que quer derrubar o decreto do governo federal sobre o aumento do IOF.
Entenda abaixo como esses fatores impactam o mercado.
Petróleo chega a subir mais de 14% mas cotação perde força ao longo do pregão
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,48%;
Acumulado do mês: -3,07%;
Acumulado do ano: -10,31%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: -0,58%;
Acumulado da semana: +0,82%
Acumulado do mês: +0,14%;
Acumulado do ano: +14,07%.
Israel X Irã
O mais grave confronto direto entre Irã e Israel continua a se intensificar e chegou ao quarto dia nesta segunda-feira (16), após um fim de semana marcado por centenas de mortes, ataques diurnos e de longo alcance. A escalada do conflito preocupa líderes mundiais e aumenta a tensão entre as potências do Oriente Médio.
Israel lançou a “Operação Leão Ascendente” com um ataque surpresa na sexta-feira (13), matando parte da cúpula militar iraniana e danificando instalações nucleares. O Irã respondeu com mísseis que atingiram áreas residenciais e instalações de petróleo em Israel.
▶️ Para os mercados, o conflito desencadeou um sentimento de aversão ao risco, levando os investidores a buscar refúgio em ativos seguros, como o dólar e o ouro.
Neste contexto, o dólar ganhou força em relação a outras moedas fortes, enquanto as bolsas de valores mundiais recuaram.
Além disso, os preços do petróleo dispararam por causa da preocupação sobre a interrupção do fornecimento do produto.
O principal receio é se os ataques vão afetar o Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de um quinto do consumo total de petróleo do mundo. Mas o Irã afirmou que suas instalações não foram danificadas até o momento.
Nesta segunda-feira, os investidores estão mais calmos e se concentram nas próximas decisões sobre juros no Brasil e nos EUA (leia mais abaixo). Os preços do petróleo recuaram ligeiramente e os futuros do índice de ações de Nova York subiram.
Satélite mostra instalações nucleares de Natanz, no Irã, antes e depois dos ataques
‘Superquarta’
A próxima quarta-feira (18) é uma “Superquarta”, quando coincidem as reuniões que definem as taxas de juros dos Estados Unidos e do Brasil.
▶️ BRASIL: Por aqui, a maior parte do mercado, segundo pesquisa conduzida pelo Banco Central na semana passada com mais de 130 instituições financeiras, acredita que o cenário já possibilita uma interrupção do ciclo de alta dos juros — que vigora desde setembro do ano passado.
“O Copom deve encerrar o ciclo de aperto monetário em junho, mantendo a Selic em 14,75% ao ano, mas sinalizando estabilidade da taxa por um período prolongado”, diz o Itaú, em comunicado.
Entretanto, há bancos que projetam um novo aumento na taxa básica da economia para 15% ao ano.
A taxa atual de 14,75% é a maior no Brasil em quase 20 anos. O BC tem dito que ela é necessária para desacelerar a economia brasileira e, assim, diminuir a inflação.
🔎 Juros mais altos desestimulam o consumo pois fica mais caro fazer empréstimos ou compras a prazo. Ao reduzir o consumo, a demanda por produtos diminui, o que ajuda a controlar a inflação, que ocorre quando a oferta não acompanha a demanda.
▶️ ESTADOS UNIDOS: Nos EUA, a expectativa é que o Fed mantenha as taxas de juros inalteradas, na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano. Os mercados ainda apostam em dois cortes até dezembro, com um primeiro movimento em setembro sendo visto como o mais provável.
“O fundamental é quanta flexibilidade o Fed acredita ter. Ficamos positivamente surpresos por ainda não termos visto repasse inflacionário das tarifas”, disse Ben Laidler, chefe de estratégia de ações do Bradesco BBI, à Reuters.
Na semana passada, os investidores repercutiram o novo acordo tarifário entre EUA e China. Eles têm acompanhado de perto a situação preocupados com a possibilidade de uma guerra comercial caótica prejudicar os lucros corporativos.
🔎 O mercado entende que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar à desaceleração da maior economia do mundo e até a uma recessão global.
Mais impostos
Na última quarta-feira (11), o governo federal publicou um novo pacote de medidas tributárias para substituir o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) decretado em maio.
A medida reduz o imposto sobre empresas e seguros do tipo VGBL e amplia a tributação sobre apostas esportivas (bets), criptoativos e investimentos isentos como Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito Agropecuário (LCA). (saiba mais)
O objetivo do novo modelo era reverter o desgaste político gerado pelo decreto anterior e, ao mesmo tempo, garantir o equilíbrio das contas públicas com novas fontes de arrecadação.
A proposta, no entanto, ainda enfrenta forte resistência de parte do Congresso, que deve votar nesta segunda um pedido de urgência para derrubar o decreto.
Analistas do mercado financeiro avaliam que o governo deveria focar em discutir a eficiência dos gastos públicos e em promover reformas estruturais, em vez de apenas propor novas formas de arrecadação.