Página Inicial Negócios Dólar sobe e fecha a R$ 5,56, com IPCA, fiscal brasileiro e reunião entre EUA e China; Ibovespa também avança

Dólar sobe e fecha a R$ 5,56, com IPCA, fiscal brasileiro e reunião entre EUA e China; Ibovespa também avança

Publicado pela Redação


A moeda americana fechou em alta de 0,14%, a R$ 5,5699. A bolsa de valores teve ganhos de 0,54%, aos 136.436 pontos. Notas de dólar
Jornal Nacional/ Reprodução
O dólar operou com volatilidade boa parte da sessão, mas encerrou esta terça-feira (10) em alta de 0,14%, cotado a R$ 5,5699. O Ibovespa subiu 0,54% e fechou aos 136.436 pontos.
▶️ Hoje, os investidores repercutiram a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, referente a maio. O resultado, de 0,26%, veio melhor do que o projetado pelo mercado (0,37%).
▶️ Apesar disso, os investidores seguiram cautelosos, à espera da divulgação de um novo pacote do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para compensar a provável revogação do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que abalou os mercados nas últimas semanas.
Algumas das ações que estão sendo discutidas foram antecipadas no domingo (8), como o fim da isenção de Imposto de Renda (IR) para títulos de investimento como LCI e LCA e o aumento da taxação das apostas esportivas.
Após se reunir com o presidente Lula, Haddad confirmou nesta terça que o governo vai enviar ao Congresso as medidas apresentadas nos últimos dias. Entre as novidades do pacote está a proposta para unificar em 17,5% a cobrança de IR sobre aplicações financeiras — hoje, essas cobranças vão de 22,5% a 15%.
▶️ No exterior, o mercado monitora o segundo dia de negociações comerciais entre Estados Unidos e China sobre tarifas de importação. O secretário do Comércio, Howard Lutnick, disse a repórteres que as conversas estão indo bem e podem se estender até a quarta-feira.
Entenda abaixo como cada um desses fatores impacta o mercado.
💲Dólar

a
Acumulado da semana: 0,01%;
Acumulado do mês: -2,59%;
Acumulado do ano: -9,87%.
📈Ibovespa

Acumulado da semana: -0,58%;
Acumulado da semana: -0,30%
Acumulado do mês: -0,97%;
Acumulado do ano: +12,82%.
IPCA de maio
O IPCA divulgado nesta terça-feira (10) pelo IBGE mostrou que os preços no país tiveram alta de 0,26% em maio, uma queda de 0,17 ponto percentual (p.p.) em relação ao mês anterior, melhor do que o mercado projetava (0,37%).
A alta foi impulsionada, principalmente, pelo grupo de Habitação, que avançou 1,19%. Dentro dele, a energia elétrica residencial subiu 3,62%, por causa da bandeira amarela nas contas de luz.
Por outro lado, a queda nos preços das passagens aéreas, da gasolina e de alguns alimentos, como o tomate e o arroz, aliviaram o índice. (leia mais aqui)
O resultado foi bem recebido pelo mercado, que acompanha de perto as tentativas do Banco Central (BC) de controlar a inflação no país, mantendo a taxa de juros básica da economia brasileira, a Selic, em patamar elevado (14,75%).
🔎 A lógica é que juros mais altos desestimulam o consumo, pois fica mais caro fazer empréstimos ou compras a prazo. Ao reduzir o consumo, a demanda por produtos diminui, o que ajuda a controlar a inflação, que ocorre quando a oferta não acompanha a demanda.
O IPCA acumulado nos últimos 12 meses desacelerou de 5,53% para 5,32% em maio, após um período de aceleração. No entanto, segue acima da meta do BC, que é de 4,5%.
“O resultado está em linha com nossa visão de melhora relativa da inflação corrente: continua incompatível com a trajetória de metas, mas melhora em relação ao panorama muito ruim visto nos primeiros meses do ano”, resume Natalie Victal, economista-chefe da SulAmérica Investimentos.
IPCA de Maio fica abaixo das previsões
Impasse do IOF
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite de domingo (8) que o governo pretende editar uma medida provisória (MP) para aumentar a arrecadação dos cofres públicos. A expectativa é que, dessa forma, o governo consiga “recalibrar” o decreto sobre a alta do IOF.
A equipe econômica se reuniu com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), além de líderes partidários, para tentar chegar em um consenso com relação a alterativas sobre o aumento do tributo.
Entre as medidas anunciadas, além da recalibragem do decreto do IOF, estão:
o fim da isenção do Imposto de Renda para títulos de investimento como Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), que vão passar a ter alíquota de 5%;
o aumento de 9% para 15% e 20% da tributação da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para instituições financeiras, o que inclui fintechs;
a alta da taxação das apostas esportivas de 12% para 18%;
a cobrança unificada de IR sobre aplicações financeiras, de 17,5% — atualmente, a taxa varia de 15% a 22,5%, a depender do prazo.
O governo também afirmou que pretende reduzir o gasto tributário em pelo menos 10% e discutir a redução de gastos primários.
Apesar disso, a proposta ainda foi mal recebida pelo mercado. Os analistas avaliam que o governo deveria focar em discutir a eficiência dos gastos públicos e em promover reformas estruturais, em vez de apenas propor novas formas de arrecadação.
O anúncio do decreto sobre a alta do IOF foi divulgado há pouco mais de duas semanas pelo governo, junto com um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no orçamento deste ano. O objetivo seria equilibrar as contas públicas e cumprir a meta fiscal.
No entanto, o mercado reagiu mal à decisão, o que levou o governo a recuar no mesmo dia de parte da medida. Além disso, o Congresso começou a se movimentar para aprovar uma derrubada do decreto presidencial sobre o aumento de imposto, algo inédito nos últimos 25 anos.
O governo, então, buscou os presidentes da Câmara e do Senado para negociar uma proposta alternativa que substitua parte dos ganhos que seriam obtidos com o novo IOF.
Equipe econômica apresenta medidas pra compensar aumento do IOF
EUA x China
Representantes dos Estados Unidos e da China voltaram a se encontrar na manhã desta terça-feira (10), em Londres, na Inglaterra, para discutir um novo acordo comercial e buscar uma solução para a guerra tarifária iniciada por Donald Trump.
A reunião começou por volta das 6h30, no horário de Brasília (DF), no Palácio de Lancaster House. Este é o segundo dia de discussões presenciais, que também incluem negociações sobre o acesso a minerais de terras raras — fundamentais para a indústria de tecnologia.
Do lado norte-americano, participam das tratativas o secretário do Tesouro, Scott Bessent, o secretário do Comércio, Howard Lutnick, e o representante comercial, embaixador Jamieson Greer. Já a comitiva chinesa é liderada pelo vice-primeiro-ministro He Lifeng.
Lutnick disse a repórteres que as negociações comerciais com a China estão indo bem e podem se estender até esta quarta-feira (11).
Washington e Pequim ainda tentam se entender após a trégua temporária sobre tarifas, firmada em 12 de maio, em Genebra, na Suíça, que reduziu as tensões comerciais. Depois do acordo, os EUA passaram a acusar a China de não cumprir seus compromissos, especialmente no que diz respeito à exportação de terras raras.
A situação é acompanhada de perto por investidores preocupados com a possibilidade de uma guerra comercial caótica prejudicar os lucros corporativos e interromper as cadeias de suprimentos nos meses cruciais que antecedem a temporada de compras de fim de ano.
🔎 O mercado entende que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar à desaceleração da maior economia do mundo e até a uma recessão global.
Representantes da China e dos EUA se reúnem em Londres para discutir tarifas
*Com informações da agência de notícias Reuters.

Você também pode gostar

Deixe seu Comentário