PIB do Brasil pode perder até R$ 175 bilhões com tarifa de 50% de Trump, diz estudo
O dólar fechou em alta de 0,75% nesta sexta-feira (24), cotado a R$ 5,5613. O momento é de cautela entre os investidores, conforme se aproxima o início do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, previsto para 1º de agosto.
Até o momento, apenas três acordos comerciais foram anunciados, e não há sinais de que o Brasil e os EUA vão chegar em um consenso para evitar as taxas de 50% imposta sobre produtos brasileiros. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, encerrou em queda de 0,21%, aos 133.524 pontos.
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▶️ A falta de progresso nas negociações do Brasil com os EUA continua a preocupar os mercados. Na quinta-feira o presidente Lula (PT) afirmou que Trump não quer conversar sobre a tarifa de 50% prevista para entrar em vigor em 1º de agosto. Ele disse também que, se o líder americano quiser conversar, o Brasil “está pronto”.
Já nesta sexta-feira (25), o blog do Valdo Cruz informou que interlocutores do presidente Lula (PT) que estão em Nova York contaram que Trump não autorizou sua equipe a abrir diálogo com o Brasil.
▶️Além disso, o mercado também aguarda as negociações entre Trump e União Europeia (UE). Diplomatas europeus disseram à mídia internacional que o novo tratado deve estabelecer tarifas de 15% ao bloco europeu. (entenda mais abaixo)
Se confirmado, esse seria o 4º acordo feito pelos EUA desde que o republicano começou a enviar cartas com tarifas mínimas a diversos líderes. Nesta semana, também foram anunciados tratados com o Japão — classificado por Trump como o “maior da história” — e com as Filipinas.
Veja abaixo como esses fatores impactam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,47%;
Acumulado do mês: +2,35%;
Acumulado do ano: -10,01%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +0,11%;
Acumulado do mês: -3,84%;
Acumulado do ano: +11,01%.
Negociações do tarifaço
Mesmo com a aproximação do prazo final de 1º de agosto, poucos países conseguiram firmar acordos comerciais com os EUA. O destaque continua com as tratativas entre Trump e a União Europeia.
Nesta semana, diplomatas disseram ao jornal britânico “Financial Times” que o bloco tem avançado nas conversas com o republicano, indicando que a expectativa é que uma tarifa de 15% seja fixada à UE.
Já nesta quinta-feira (24), os países membros do bloco votaram para aprovar contratarifas sobre 93 bilhões de euros em produtos norte-americanos, que poderão ser impostas caso o bloco não consiga chegar a um acordo comercial com os EUA até 1º de agosto.
Lula x Trump
O avanço das negociações dos EUA com outros países também joga luz para a situação brasileira, que ainda não apresentou grande progresso. Nesse cenário, investidores continuam na expectativa por novos sinais sobre como o governo deve lidar com os norte-americanos — seja com uma negociação ou com uma retaliação.
Nesta semana, o presidente Lula (PT) desabafou em conversa com interlocutores que não há nenhum canal de negociação direta e fluido com Trump, indicando que existem conversas no nível diplomático, mas elas não chegam à Secretária do Comércio dos EUA e tampouco à Casa Branca.
Na quinta-feira, assessores presidenciais afirmaram que Trump indicou que pretende realmente “punir” o Brasil, porque no campo econômico não há motivo para o país ser tarifado com a alíquota mais alta. Essa leitura deixou a equipe de Lula ainda mais pessimista sobre a possibilidade de uma revogação do tarifaço.
Já nesta sexta-feira, uma comissão de senadores embarcou para os EUA, em busca de abrir um canal de negociações com o país. A ida, no entanto, é vista com apreensão por diplomatas brasileiros e está sendo boicotada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e pelo blogueiro Paulo Figueiredo.
Interlocutores do presidente Lula que estão em Nova York contaram ao blog que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não autorizou sua equipe abrir diálogo com o Brasil.
A indicação é que existem conversas com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, como revelou ontem o vice-presidente Geraldo Alckmin, mas o recado que os negociadores têm ouvido é que tudo está centralizado na Casa Branca.
Notas de dólar.
Dado Ruvic/ Reuters
*Com informações da agência de notícias Reuters.