A moeda norte-americana fechou em alta de 0,52%, cotada a R$ 5,6751. Já a bolsa encerrou com um avanço de 0,23%, aos 138.136 pontos. Notas de dólar
Luisa Gonzalez/ Reuters
O dólar fechou em alta de 0,52% nesta segunda-feira (26), cotado a R$ 5,6751. O Ibovespa encerrou com um avanço de 0,23%, aos 138.136 pontos.
O mercado reagiu bem ao adiamento das tarifas de 50% contra a União Europeia, que haviam sido anunciadas na sexta (23) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
No fim de semana, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pediu o adiamento da medida para abrir espaço para negociações. Trump aceitou e adiou para julho o aumento das taxas.
▶️ No exterior, o feriado de Memorial Day nos EUA deixa o país sem pregão e levou a atenção dos investidores para a Europa. A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou nesta segunda-feira que o euro poderia se tornar uma alternativa viável ao dólar.
▶️ No Brasil, o mercado monitorou novas informações sobre o aumento do IOF. O governo ainda não divulgou o quanto deixará de arrecadar depois de ter revogado o aumento da taxa para investimentos no exterior, nem como vai compensar o recuo para cumprir as metas do arcabouço fiscal, mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já indicou que o governo deve decidir sobre o tema até o final desta semana.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
💲Dólar
a
Acumulado da semana: +0,52%;
Acumulado do mês: -0,03%;
Acumulado do ano: -8,17%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +0,23%;
Acumulado do mês: +2,27%;
Acumulado do ano: +14,84%.
Haddad sobre medidas econômicas do governo: ‘Na direção correta’
Nova ameaça tarifária de Trump
Na sexta-feira (23), Trump declarou que recomendaria a aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos da União Europeia a partir de junho, o que resultaria em impostos elevados sobre itens de luxo, medicamentos e outros bens fabricados por empresas europeias.
No domingo, o presidente dos EUA concordou em adiar a medida para o dia 9 de julho. A decisão foi tomada após um pedido de Ursula von der Leyen, que telefonou para o republicano. Representantes comerciais dos EUA e da UE devem iniciar discussões nesta segunda-feira.
Von der Leyen disse em um post no X que teve um “bom telefonema” com Trump e que a UE está pronta para agir rapidamente. “A Europa está pronta para avançar nas negociações de forma rápida e decisiva”, disse ela.
A UE enfrenta tarifas de importação de 25% dos EUA sobre seu aço, alumínio e carros e as chamadas tarifas “recíprocas” de 10% para quase todos os outros produtos. Entre os afetados estão os veículos de marcas alemãs, como BMWs e Porsches, até azeite de oliva italiano e bolsas de luxo francesas.
Nesta segunda-feira, mesmo após o alívio das tensões entre os EUA e o bloco, a presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou que “as mudanças em curso criam a abertura para um momento global do euro”, indicando que esta é uma “excelente oportunidade” para a Europa.
“Qualquer mudança na ordem internacional que leve à redução do comércio mundial ou à fragmentação em blocos econômicos será prejudicial à nossa economia. É triste, sim, mas com as respostas políticas corretas, também poderá haver oportunidades”, disse a banqueira central.
“A mudança no cenário pode abrir caminho para que o euro desempenhe um papel internacional mais relevante”, completou.
IOF segue sob análise
A expectativa do governo é que os ajustes no IOF gerassem uma arrecadação adicional de R$ 20,5 bilhões em 2025, contribuindo para o cumprimento da meta de zerar o déficit das contas públicas.
A elevação da alíquota para aplicações de fundos nacionais no exterior, no entanto, gerou ruídos sobre um possível controle de capitais — o que levou o governo a recuar da medida poucas horas depois e renunciar de parte desses ganhos.
Na sexta-feira (23), Haddad disse que o impacto do recuo será pequeno, mas não descartou a possibilidade de aumentar o bloqueio no orçamento por causa do recuo.
“Pode ser que tenhamos que ampliar o contingenciamento, fazer um ajuste nessa faixa. O importante é que foi revisto e nós temos uma semana para enviar o decreto”, disse.
Além do aumento do IOF, Haddad anunciou na semana passada um bloqueio de R$ 31,3 bilhões em despesas, visto como um sinal positivo de responsabilidade fiscal;
Mas o aumento do IOF causou desconforto, interpretado como uma tentativa de aumentar a arrecadação em vez de cortar gastos, segundo analistas.
Nesta segunda-feira (26), Haddad afirmou que o governo ainda discute como vai compensar o recuo na decisão.
“Nós temos até o final da semana para decidir como compensar. Se com mais contingenciamento, ou com alguma substituição”, disse o ministro.
Além disso, os investidores acompanham a agenda de indicadores econômicos no Brasil. Nesta segunda, foi divulgada nova edição do boletim Focus, que mostra aumento da previsão do PIB brasileiro para este ano, de 2,02% para 2,14%. As projeções de inflação continuam em 5,50%.
Nesta semana, os destaques também incluem:
Terça-feira (27): divulgação da prévia da inflação (IPCA-15);
Quinta-feira (29): taxa de desemprego e dados de emprego formal (Caged);
Sexta-feira (30): divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre.
Contas públicas dos EUA
Continuam também as avaliações da aprovação pela Câmara dos Deputados dos EUA do “One Big Beautiful Bill Act” (“Um projeto grande e bonito”, na tradução), nomeado pelos republicanos em homenagem ao presidente Donald Trump.
O pacote, que agora segue para o Senado, busca tornar permanentes os cortes de impostos de renda individual e sobre herança aprovados no primeiro mandato de Trump, em 2017, além de promulgar promessas que ele fez na campanha de 2024 de não tributar gorjetas, horas extras e juros de alguns empréstimos para automóveis.