Valor do iPhone na Argentina não chegará a R$ 2.317 após corte de impostos de Milei
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Circula nas redes sociais publicações que dizem que o iPhone custará R$ 2.317 na Argentina, após o presidente Javier Milei cortar impostos de equipamentos eletroeletrônicos. É #FAKE.
selo fake
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🛑 O que diz a publicação?
Publicada no último 5 de julho no X, o post já alcançou mais de 961,4 mil visualizações e mostra um desenho do presidente argentino Javier Milei segurando um celular. Um balão de fala aparece saindo de Milei com a seguinte mensagem: “Argentina remove impostos de eletrônicos e iPhone custa agora só R$ 2.371”.
O texto da publicação diz: “Los Hermanos 976 anos na nossa frente”.
Outras variações desse mesmo post foram encontradas no Facebook e no Instagram e trazem, a partir da comparação com a medida do presidente argentino, uma crítica à carga tributária brasileira.
⚠️ Por que é falso?
Mesmo após medida de redução de impostos do governo Milei, consulta em revendedoras e presidente da Câmara de Comércio Argentino Brasileira apontam que não é possível encontrar celulares da linha iPhone — modelos novos ou velhos — por R$ 2.400 no país vizinho.
Em maio de 2025, o governo de Javier Milei baixou decreto para zerar o imposto de importação de eletroeletrônicos, o que inclui celulares. Essa redução ocorre em duas fases: a primeira, já vigente, provocou uma queda do imposto de importação de 16% para 8%; a segunda vai zerar a alíquota, a partir de 15 de janeiro de 2026. O mesmo decreto também baixou a 9,5% a alíquota dos impostos internos sobre esses produtos.
Considerando a nova alíquota de 8% sobre celulares, o Fato ou Fake fez uma pesquisa em revendedoras oficiais da Apple na Argentina (Maximstore, MacStation e iPoint) e constatou que o iPhone 16 Pro, modelo mais novo disponível no país vizinho, pode ser encontrado entre R$ 8.700 e R$ 11.000. Segundo informações discriminadas pelas revendedoras, esses valores desconsideram a incidência de impostos internos, que somam 9,5% (ou seja, valores finais para o consumidor argentino podem ser ainda maiores).
Consultado, Frederico Servideo, presidente da Câmara de Comércio Argentino Brasileira de São Paulo, confirmou ser essa a faixa de preços do iPhone praticada na Argentina:
“Efetivamente as ofertas de loja oficial do iPhone 16 Pro oscilam entre AR$ 2 milhões e AR$ 3 milhões (US$ 1.500- US$ 2.300, aproximadamente), considerando pagamento a vista ou a prazo. Ou seja, não é possível chegar aos R$ 2.300, R$ 2.400”, diz.
Tendo em conta o regime tributário de 0% que passa a valer em 2026, ainda não seria possível comprar um iPhone por menos de R$ 8.000. Servideo avaliza a estimativa:
“Não seria factível chegar a essa faixa [R$ 2.400], mesmo sem impostos de importação”, conclui.
Mesmo gerações mais antigas do iPhone não poderiam ser compradas pela quantia de R$ 2.300, R$ 2.400. Uma segunda pesquisa nas mesmas revendedoras apontou que o iPhone 13, cujo lançamento ocorreu há 4 anos, não sairá por menos de R$ 5.000.
No dia do anúncio do decreto, o porta-voz presidencial Manuel disse a jornalistas que o conjunto de medidas de desoneração objetiva diminuir em 30% o preço de celulares e outros eletroeletrônicos. Antes da medida, um iPhone na Argentina poderia custar até o dobro do preço visto no Brasil e nos Estados Unidos:
“Hoje, um celular com tecnologia 5G na Argentina custa o dobro do que no Brasil e nos Estados Unidos. É tão ridícula a situação que havia gente que pagava um avião e um hotel para comprar algo tão básico como um celular em outro país. E ainda assim saía mais barato do que comprá-lo na Argentina”, disse Adorni.
📲Preços do iPhone no Brasil: Em uma pesquisa na loja oficial da Apple e revendedoras autorizadas do Brasil (FastShop, iPlace) o menor valor encontrado para o iPhone Pro 16 Max é de R$ 7.900, ainda abaixo do praticado pela Argentina. Já o iPhone 13 pode ser encontrado por R$ 3.600.
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