2) OpenAI não é inimiga do Google
Até há uma disputa pela hegemonia das buscas, mas ela encobre uma relação de dependência, já que os chatbots de IA recorrem aos motores de busca para vasculhar a internet.
Devido à parceria entre Microsoft e OpenAI, o Bing é oficialmente o motor de busca do ChatGPT. No entanto, pesquisadores têm reunido evidências de que o chatbot passou a usar o Google —algumas respostas, por exemplo, reproduzem padrões e formatações que só a empresa fornece. Fora isso, a OpenAI está de olho no desfecho do julgamento que pode forçar o Google a vender o Chrome. Os navegadores são os iniciadores de boa parte das buscas online, e o Chrome é o maior dos browser. Isso cairia como uma luva na estratégia da empresa de Sam Altman.
3) Surgem os truques para restaurar o tráfego perdido com a IA
Com os resumos feitos com IA, ChatGPT e Google resolvem a vida do usuário preguiçoso, que se contenta com a resposta ultraprocessada extraída de links garimpados na internet. Mas direcionam pouco —ou nenhum— tráfego aos sites que elaboraram o conteúdo tomado emprestado pelos robôs.
Para reverter a situação, um batalhão de gente se dedica a influenciar a dieta dos robôs de IA. Afinal, se for possível influenciar qual conteúdo é digerido, talvez dê para controlar o resultado regurgitado. No breve período em que as conversas do ChatGPT foram indexadas no Google, surgiu uma malandragem. Cantada por Przemek Cherklevich, CEO da startup Relock, consistia em: abrir conversas com o ChatGPT, manipular o robô para tecer comentários positivos a respeito de uma empresa e tornar os chats públicos. Replicar o máximo possível. Tudo para lustrar a reputação online da companhia. Funcionou? Difícil saber.