Página Inicial Saúde Especialistas dão dicas de como lidar com zumbido – 08/05/2025 – Equilíbrio

Especialistas dão dicas de como lidar com zumbido – 08/05/2025 – Equilíbrio

Publicado pela Redação

Zumbido é a experiência de ouvir ruídos fantasmas, geralmente na forma de zumbidos, toques ou rugidos. É uma condição comum e geralmente inofensiva. De acordo com uma análise de 2024, cerca de 11% dos adultos norte-americanos sofrem de zumbido, e 41% deles ouvem ruídos constantemente.

É raro que o zumbido tenha cura, mas o prognóstico de uma pessoa depende da causa dos sintomas. Mesmo que não seja curável, “há muitas maneiras eficazes de lidar com a situação”, explica Mohamed Elrakhawy, otorrinolaringologista do Centro Médico da Rush University, em Chicago, nos Estados Unidos.

Causas do zumbido

O zumbido pode ter diversas causas, afirma Zachary Schwam, otorrinolaringologista da Faculdade de Medicina Icahn, no Mount Sinai, em Nova York. Às vezes, segundo ele, pode ser resultado de tumores, problemas nervosos, cera de ouvido, assimetrias nas veias ou orifícios, fluido ou danos aos ossos atrás dos tímpanos. Nesses casos, é comum que o zumbido ocorra em apenas um ouvido, podendo se assemelhar ao som de um batimento cardíaco. Se esse for o caso, é importante consultar um médico, diz Schwam.

Mas, na maioria das vezes, o zumbido é um subproduto inofensivo da perda auditiva, explica Kenny F. Lin, otorrinolaringologista do Hospital Metodista de Houston. “As células ciliadas das terminações nervosas cocleares são danificadas e enviam um sinal alterado ao cérebro, que é percebido como um zumbido, um chiado ou um som estático”, diz.

Pessoas que são regularmente expostas a ruídos altos também têm maior probabilidade de desenvolver zumbido, completa Schwam. “Aproveite shows, trabalho, mas certifique-se de usar a proteção auditiva adequada”, sugere.

Muitas vezes, o zumbido se torna menos incômodo com o tempo. Mas, em alguns casos, o problema pode ser debilitante, interferindo na capacidade de trabalhar e até dormir, diz Elrakhawy. A condição tem sido associada a ansiedade, depressão e, em casos raros, até mesmo ao suicídio.

Estresse, ansiedade e falta de sono podem piorar o zumbido, diz Schwam. “Costumo dizer às pessoas que esses fatores não estão necessariamente causando o problema, mas certamente não estão ajudando”, completa.

O tratamento depende da causa

Para determinar a causa do zumbido, o médico perguntará sobre o histórico clínico da pessoa e realizará um exame físico.

“Se for apenas um ouvido ou nos dois, se for constante ou intermitente, se houver certos gatilhos ou situações que pioram a situação —tudo isso realmente ajuda a focar no próximo passo”, diz Elrakhawy. O médico provavelmente sugerirá um teste de audição e também poderá solicitar outros tipos de exames, incluindo ressonância magnética ou tomografia computadorizada.

Se o zumbido for causado por um problema ósseo, nervoso ou circulatório, tratar a causa subjacente pode curá-lo, diz Schwam. Mas se a perda auditiva for a causa, os tratamentos podem melhorar os sintomas, mas não eliminá-los.

Normalmente, os tratamentos para zumbido em pessoas com perda auditiva visam reduzir o impacto na vida diariamente, especialmente no sono e na capacidade de trabalho, explica Lin. Uma abordagem popular, diz, envolve ouvir sons de mascaramento, como ruído branco, sons do oceano ou da chuva, música e sons de ventiladores ou umidificadores, que podem tornar o zumbido menos perceptível.

“Enquanto o cérebro for capaz de ouvir sons externos, é menos provável que ouça os sons internos”, diz Lin.

Um aparelho auditivo também pode ajudar se a perda for significativa o suficiente para justificar um. “Aparelhos auditivos amplificam sons que você não ouve mais bem, então são essencialmente um dispositivo de mascaramento que você usa ao longo do dia”, completa Lin.

Alguns aparelhos auditivos possuem até configurações especiais para mascarar o zumbido, que podem enviar determinadas frequências para o ouvido para otimizar o mascaramento. Aconselhamento e outras formas de terapia também podem ajudar.

“Frequentemente, atendemos pacientes que sofrem terrivelmente com zumbido e o impacto negativo no humor, incluindo ansiedade e depressão”, diz C. Matthew Stewart, otorrinolaringologista da Johns Hopkins Medicine. Mas quando os médicos explicam o que está acontecendo e garantem aos pacientes que o zumbido não é perigoso, isso pode ajudá-los a lidar melhor com a situação, completa Schwam.

Alguns pacientes se beneficiam da terapia cognitivo-comportamental, uma forma de psicoterapia que pode ajudar as pessoas a controlarem melhor os sintomas, ou da terapia de retreinamento do zumbido, que envolve aconselhamento junto com terapia sonora.

Pacientes que estiverem com zumbido devem, idealmente, conversar com um médico de atenção primária ou pedir encaminhamento para um otorrinolaringologista ou fonoaudiólogo especializado em zumbido, diz Elrakhawy. Embora existam muitos suplementos e gotas para os ouvidos vendidos sem receita médica como tratamento para zumbido, ele não conhece nenhum que comprovadamente funcione.

Alguns pacientes de Schwam levaram gotas auriculares de venda livre contendo metais pesados para suas consultas, perguntando se elas poderiam ajudar.

“Eu olho para as gotas e elas têm ingredientes que eu jamais colocaria em um corpo humano”, completa.

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