Uma estudante de medicina de 20 anos morreu após uma cirurgia de mamoplastia e lipoaspiração com lipoenxertia feita em Cuiabá. O óbito foi confirmado na terça-feira (15), 11 dias depois do procedimento.
Ana Carolina Aguiar Lima fez a cirurgia no dia 4 deste mês no Hospital Beneficente Santa Helena. Em nota, a instituição manifestou profundo pesar pelo falecimento estudante. Afirma que foram prestados todos os cuidados à jovem durante e após o procedimento. No local, ela foi transferida para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), e depois levada para outra unidade a pedido da família.
“No momento, o hospital está realizando as avaliações e apurações técnicas internas para aprofundar entendimento sobre o ocorrido. Neste momento de profunda dor, nos solidarizamos com os familiares e amigos, expressando nossos mais sinceros sentimentos. Que encontrem conforto e força para atravessar essa perda irreparável”, disse.
Após complicações, a paciente foi levada para o Hospital Santa Rosa, onde ficou internada por 11 dias. A instituição, que realizou somente os cuidados intensivos depois do procedimento estético, não divulgou a causa do óbito.
A Unic (Universidade de Cuiabá), campus Beira Rio, divulgou uma nota de pesar em razão da morte da estudante. “Neste momento de dor, estendemos nossas mais sinceras condolências à família, amigos e a todos que tiveram o privilégio de conviver com Ana Carolina”, escreveu a instituição nas redes sociais. “Seu legado e exemplo de excelente aluna serão sempre lembrados por todos nós”.
No último dia 7, uma empresária de 40 anos também morreu após uma cirurgia plástica. Natália Cavanellas Thomazella sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu na sala de operação no hospital San Gennaro, na zona leste de São Paulo.
Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), o caso foi registrado como morte suspeita no 42° DP (Parque São Lucas), e o boletim de ocorrência foi aberto pela irmã da vítima, Bruna Cavanellas.
Bruna disse à Folha que Natália faria cirurgias de lipoaspiração, enxerto nos glúteos e ajustes nas próteses mamárias previamente implantadas.
O cirurgião plástico Daniel Regazzini, diretor de Comunicação da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), afirma que a combinação entre mamoplastia e lipoaspiração com lipoenxertia é um dos procedimentos mais procurados por mulheres no Brasil, mas que exige atenção redobrada e rigor técnico para garantir a segurança da paciente.
Para ele, o primeiro passo é avaliar se a paciente está em boas condições clínicas. “É indispensável realizar exames laboratoriais e avaliações clínica e cardiológica antes da cirurgia”, diz.
A cirurgia deve ocorrer em hospital com estrutura completa, incluindo anestesiologia e retaguarda de cuidados intensivos. “Um dos pontos mais importantes é respeitar o bom senso. Associar procedimentos é possível, desde que os limites de tempo e de área operada sejam respeitados e que os riscos sejam cuidadosamente avaliados”, afirma Regazzini.
De acordo com o médico, entre os principais riscos envolvidos estão trombose venosa profunda, embolia pulmonar, infecção, sangramentos e complicações anestésicas, especialmente em cirurgias longas ou com múltiplas intervenções.
Ele destaca ainda a importância de mecanismos que aumentem a segurança durante o procedimento, como o controle de temperatura corporal e medidas de prevenção de trombose, além de um planejamento cuidadoso do pós-operatório.